1º. ENCONTRO - Antropologia da Arte – Prof. Landi | 06/10/2025

1º. ENCONTRO - Antropologia da Arte – Prof. Landi | 06/10/2025

Breve Resumo

Este vídeo é uma aula introdutória sobre Antropologia da Arte, ministrada na UECE. O professor apresenta o material didático disponível no AVA, incluindo um texto de Oa de Barroso e um artigo de Alfred Gell sobre "Arte e Agência". A aula explora a relação entre antropologia e sociologia da arte, a função antropológica da arte, a origem do homem e da arte, e a reconexão do homem com a natureza. O professor também discute a importância de considerar a arte tradicional popular e a responsabilidade do ser humano com o destino do planeta.

  • Apresentação do material didático e dos autores Oa de Barroso e Alfred Gell.
  • Discussão sobre a relação entre antropologia e sociologia da arte.
  • Exploração da função antropológica da arte e da reconexão do homem com a natureza.
  • Análise da importância da arte tradicional popular e da responsabilidade do ser humano com o planeta.

Introdução à Antropologia da Arte

O professor inicia a aula dando as boas-vindas e apresentando a disciplina de Antropologia da Arte como instigante. Ele recomenda a leitura do material didático disponível no AVA, destacando o texto de Oa de Barroso como sucinto e abrangente, e um artigo de Alfred Gell sobre "Arte e Agência". O professor menciona que o artigo de Gell aborda a tênue fronteira entre a antropologia e a sociologia da arte, um tema que será explorado ao final da aula. Ele ressalta que as fronteiras entre essas disciplinas não são claras e que elas compartilham elementos em comum.

Visão Geral do Livro de Oa de Barroso

O professor apresenta o livro de Oa de Barroso, dividido em cinco unidades, e menciona uma apresentação em PowerPoint disponível no AVA que oferece um panorama geral da obra. Ele explica que o livro começa com uma introdução que oferece uma visão holística da abordagem antropológica e da função da arte. Em seguida, aborda a origem do homem e o impacto do desenvolvimento tecnológico na concepção do homem sobre si mesmo. A terceira unidade trata das origens da arte, um tema controverso analisado em três momentos: antes, durante e após a era da arte. O professor ressalta a importância de refletir sobre os critérios para o estabelecimento do conceito de arte e a legitimação social de certas obras.

Reconexão do Homem com a Natureza e a Arte Popular

Na quarta unidade, Oa de Barroso busca uma reconexão do homem com a natureza, pressupondo que essa conexão foi perdida. Ele explora o que pode ser feito para resgatar um passado original, idealizado como mais belo e ingênuo. Por fim, o autor aborda a arte tradicional popular, unindo as duas pontas ao considerar a arte como um elemento de troca no tecido social e valorizar as manifestações populares, muitas vezes excluídas dos cânones estéticos. O professor destaca a importância de alertar sobre essa exclusão, que nem sempre foi tão debatida como atualmente.

Antropologia: O Estudo do Homem

O professor explica o conceito de antropologia como a ciência do homem, abrangendo suas origens, evolução, desenvolvimento físico, material e cultural, fisiologia, psicologia, características raciais, costumes sociais, crenças e linguagem. Ele ressalta que, embora a antropologia seja abrangente, o foco da disciplina é em relação às artes, especialmente as visuais. O professor menciona a visão mística do autor, Oa de Barroso, que busca uma reconexão do homem com a natureza, citando exemplos da cultura popular brasileira e de outras culturas, como os creotes e os cantadores.

Objetivos do Livro e Fundamentos da Antropologia da Arte

O objetivo do livro é discutir a responsabilidade do ser humano com o destino do planeta e buscar a reintegração da arte na vida e no reencantamento do mundo. O professor destaca a importância de estudar as origens do homem e da arte, considerando tanto o antropocentrismo quanto a descolonização. Ele apresenta os fundamentos da antropologia da arte, incluindo a lógica do pensamento mágico ou anímico, a percepção sensível do mundo versus o pensamento racional abstrato, a capacidade estática da arte, o inconsciente versus o consciente no processo criativo e o consciente no processo construtivo.

Conhecimento Científico vs. Saber Popular e a Crítica à Modernidade

O professor aborda a busca por um projeto civilizatório capaz de unir o conhecimento da física, o conhecimento científico e a ecologia. Ele discute o termo "complexificação" e critica a ideia de que o conhecimento abstrato e teórico é superior ao saber popular. O professor menciona as hierarquias existentes entre o conhecimento científico e o saber popular, e entre a religião institucional e a religião popular. Ele critica a globalização em função de uma homogeneidade cultural, que leva a um consumo ilimitado e à homogeneização de gostos e culturas.

Reencantamento do Mundo e Premissas para um Novo Projeto Civilizatório

O professor explora a visão de um outro mundo, um mundo do reencantamento que recoloca os seres humanos na natureza e quebra barreiras entre natureza, cultura e sociedade. Ele menciona a relativização do saber científico e a recuperação do saber tradicional, além do rompimento com toda e qualquer ideia evolucionista valorativa. O professor discute as premissas para um novo projeto civilizatório, incluindo a reflexão sobre a escrita e a cosmovisão de um planeta que reintegra Deus e a natureza, com a cultura como um prolongamento da natureza.

Copérnico, Galileu e Patativa do Assaré: Exemplos de Reintegração

O professor cita Copérnico e Galileu como exemplos de figuras que aliavam conhecimento científico e significados extranaturais, como astrologia e alquimia. Ele também menciona Patativa do Assaré como uma metáfora do corpo ligado à natureza, que não fazia de sua arte um meio de vida, mas sim um dom divino. O professor levanta indagações sobre como transcender o cotidiano, ultrapassar a racionalidade e viver em uma dimensão estética. Ele cita uma canção do Sepultura como exemplo da capacidade de se conectar com o inconsciente através de meios sensíveis.

Estética e a Busca pela Transcendência

O professor aborda as orientações da estética que veem a arte como produto de uma faculdade especial do espírito ou de um refinamento superior da sensibilidade comum do homem. Ele analisa o quadro "O Viajante sobre o Mar de Névoa" de Caspar David Friedrich, destacando a introspecção, o mistério e a transcendência que a obra sugere. O professor menciona o ideal do romantismo, com a natureza grandiosa e misteriosa, e o homem em busca de um sentido diante do conhecimento.

Ernest Cassirer e o Animal Simbólico

O professor apresenta o filósofo Ernst Cassirer e sua obra "Filosofia das Formas Simbólicas", que aborda a diferenciação entre o homem e o animal. Ele menciona a máxima de Descartes ("Penso, logo existo") e a máxima de Cassirer ("O homem é um animal simbólico"). O professor explica que o homem vive em um universo de símbolos, como a linguagem, a arte, o mito e a religião, e que é capaz de mediar sua experiência e dar sentido ao mundo através de sistemas simbólicos.

Conceito, Pensamento Anímico e a Crítica ao Eurocentrismo

O professor define o conceito como uma regularidade percebida em eventos ou objetos designada por um rótulo. Ele discute o pensamento anímico e a crítica à visão eurocêntrica presente na obra de Cassirer, que parte da premissa de superioridade do homem moderno ocidental. O professor ressalta a importância de considerar a paleontologia e a evolução não como um contínuo aperfeiçoamento, mas como um processo adaptativo desligado da ideia de progresso.

Reparos e Advertências: A Arte Pré-Histórica e a Evolução

O professor discute a necessidade de fazer reparos históricos e correções históricas, mencionando a devolução de obras de arte subtraídas em tempos passados. Ele critica a ideia de que a arte pré-histórica leva embutida uma ideia evolucionista de progresso e que tem como ápice o ocidente urbano moderno. O professor compara a arte rupestre com obras de Edgar Degas, demonstrando que não há uma evolução linear na arte.

Cavernas como Templos e a Função da Arte

O professor compara as cavernas com templos, destacando a jornada visionária que proporcionam. Ele explica que a arte surgiu com duas funções principais: a cura e a proteção contra forças negativas. O professor menciona a passagem de uma arte naturalista para uma arte mais geométrica e abstrata, e a ligação entre a representação simbólica e o momento vivido pelo homem.

Claude Lévi-Strauss e o Pensamento Selvagem

O professor apresenta Claude Lévi-Strauss e sua obra "A Lógica do Pensamento Selvagem", que aborda a lógica do pensamento selvagem, a maneira de ver do artista, os mistérios da natureza e a busca da ordem do universo. Ele destaca que a ciência e o pensamento mágico ou mítico são formas diferentes de abordagem da realidade pelo ser humano, e não dois estágios evolutivos do conhecimento.

Marcel Mauss e as Leis da Magia Simpática

O professor menciona Marcel Mauss e sua visão de que o pensamento mítico se desdobrou em direção ao animismo e à religião, e em direção à magia e aos saberes práticos. Ele explica as leis da magia simpática, incluindo a lei da contiguidade ou do contágio, e a lei da similaridade ou similitude. O professor responde a uma pergunta sobre o conceito de magia dentro da antropologia, explicando que se refere ao mundo anímico e sensível, em oposição ao pensamento racional abstrato.

A Figura do Xamã e a Reconexão com os Povos Primitivos

O professor destaca a figura do xamã como a expressão mediática do espírito de um povo e a porta de comunicação com os espíritos. Ele ressalta a importância de se reconectar com os povos primitivos e valorizar suas culturas e valores. O professor menciona o programa Xingu como um exemplo de iniciativa para conectar o público com os povos originários.

Artesanato vs Belas Artes e a Visão Antropológica da Arte

O professor encerra a aula mencionando que o próximo encontro abordará a divisão entre as Belas Artes e o artesanato, e como a visão antropológica pode levar a questionamentos sobre o belo e o útil, o belo e o bom, e a relação entre arte, trabalho e religião. Ele estimula os alunos a lerem o livro e anuncia que a próxima aula partirá da unidade quatro.

Share

Summarize Anything ! Download Summ App

Download on the Apple Store
Get it on Google Play
© 2024 Summ