Breve Resumo
Este vídeo aborda a questão da qualidade das próteses de quadril e joelho oferecidas pelo SUS (Sistema Único de Saúde) no Brasil. O Dr. Inácio Ventura explica que não existe uma resposta simples, pois a qualidade varia significativamente dependendo do hospital, da gestão municipal e dos recursos disponíveis. Ele discute os princípios do SUS, a complexidade do sistema e a importância de considerar a assistência integral ao paciente, desde o pré-operatório até o pós-operatório, e não apenas a prótese em si. Além disso, aborda a visão dos médicos e pacientes sobre o assunto, incentivando os pacientes a serem proativos em relação à sua saúde e buscarem o melhor tratamento possível.
- A qualidade das próteses do SUS varia muito dependendo da localização e gestão.
- A assistência integral ao paciente é tão importante quanto a qualidade da prótese.
- Pacientes devem ser proativos e buscar o melhor tratamento possível, dentro de suas possibilidades.
Introdução: Próteses do SUS são boas?
O Dr. Inácio Ventura inicia o vídeo abordando uma dúvida frequente: a qualidade das próteses de quadril e joelho oferecidas pelo SUS. Ele explica que essa pergunta é complexa e reflete um medo comum entre os pacientes que dependem do sistema público de saúde para realizar suas cirurgias. Ele destaca a desconfiança existente em relação aos serviços oferecidos pelo SUS e como isso pode gerar ansiedade nos pacientes que aguardam a cirurgia.
O que é o SUS e como ele funciona
O Dr. Inácio explica o que é o SUS, o sistema de saúde pública mais universal do planeta, que busca oferecer saúde para todos. Ele detalha como o SUS é regido por princípios doutrinários, como a descentralização e a regionalização, que visam garantir que a gestão dos recursos seja feita de forma mais eficiente e adaptada às necessidades de cada município. Ele explica que, devido às grandes diferenças regionais no Brasil, cada município deve ter autonomia para alocar seus recursos de acordo com suas prioridades. Além disso, o SUS pode trabalhar com hospitais parceiros da rede privada e hospitais universitários, tornando o sistema ainda mais complexo.
Não existe "a prótese do SUS"
O Dr. Inácio esclarece que não existe uma prótese única do SUS, mas sim diversas próteses utilizadas em diferentes hospitais, dependendo da alocação de recursos e da gestão de cada governo municipal e estadual. Ele explica que, em alguns locais, são utilizadas próteses de primeira linha, importadas, enquanto em outros, próteses que podem não ter as mesmas credenciais. Ele também aborda a questão de por que alguns hospitais utilizam próteses que ainda não foram comprovadas como de sucesso a longo prazo.
A visão dos médicos e pacientes
O Dr. Inácio apresenta a visão dos pacientes, que muitas vezes se sentem obrigados a aceitar o que é oferecido, mesmo que não seja o ideal. Ele ressalta a importância de os pacientes se informarem e conversarem com seus médicos para tomar a melhor decisão possível. Em relação à visão dos médicos, ele expressa sua opinião pessoal de que não se deve colocar uma prótese na qual não se confia, a menos que seja uma situação de emergência para salvar a vida do paciente. Ele compartilha sua experiência de 20 anos trabalhando no SUS, onde sempre buscou utilizar próteses de alta qualidade, mesmo enfrentando dificuldades e burocracias.
A importância da assistência integral
O Dr. Inácio enfatiza que a cirurgia não se resume ao momento da colocação da prótese, mas envolve um conjunto de medidas que incluem o pré-operatório, o intraoperatório e o pós-operatório. Ele destaca que o volume de pacientes no SUS e a estrutura precária de muitos hospitais podem comprometer a qualidade da assistência, como a identificação de fatores de risco, a explicação detalhada sobre a cirurgia e o acompanhamento pós-operatório adequado. Ele exemplifica situações em que pacientes não têm acesso ao médico após a cirurgia ou não recebem a fisioterapia necessária, o que pode comprometer o resultado do procedimento.
A visão do paciente e o direito de escolha
O Dr. Inácio apresenta duas formas de o paciente encarar a situação: de forma passiva, aceitando o que o sistema oferece, ou de forma ativa, buscando informações, estudando e reivindicando o direito de escolha. Ele incentiva os pacientes a não se conformarem com o que é oferecido e a buscarem o melhor tratamento possível, dentro de suas possibilidades. Ele ressalta que o direito de escolha é sagrado e que os pacientes têm o poder de escolher o profissional que desejam, o tipo de atendimento que merecem e o implante que consideram ideal para o seu caso.
A viabilidade de buscar o melhor tratamento
O Dr. Inácio compartilha histórias de pacientes que, mesmo enfrentando dificuldades financeiras e sociais, conseguiram realizar seus sonhos e obter o tratamento que desejavam. Ele afirma que nada é mais caro do que o sofrimento e que é viável correr atrás dos seus sonhos. Ele encoraja os pacientes a acreditarem em si mesmos, a buscarem ajuda e a não desistirem de alcançar uma vida melhor.
Conclusão
O Dr. Inácio conclui reforçando que o SUS possui realidades muito distintas e que é impossível generalizar sobre a qualidade das próteses oferecidas. Ele reitera que a assistência integral ao paciente é fundamental e que o único lugar onde se tem a garantia de ter tudo isso é no consultório particular do médico. Ele finaliza incentivando os pacientes a acreditarem em sua capacidade de modificar suas vidas e a buscarem seus sonhos, lembrando que a luta por uma vida melhor é possível para praticamente todos.