Breve Resumo
Este vídeo do Nerdologia explora a Revolta dos Boxers, um movimento anticolonial e anti-estrangeiro na China no final do século XIX e início do século XX. O vídeo aborda o contexto histórico da China sob a dinastia Qing, as influências estrangeiras através das Guerras do Ópio e dos tratados desiguais, o surgimento dos "boxers" (punhos justos e harmoniosos), a escalada do conflito com a intervenção de uma aliança de oito nações, e as consequências devastadoras para a China.
- A revolta foi motivada pelo descontentamento com a influência estrangeira e a fraqueza da dinastia Qing.
- Os "boxers" eram grupos marciais que buscavam resgatar tradições chinesas e expulsar os estrangeiros.
- A intervenção das oito nações resultou em pilhagem, execuções e imposição de um tratado humilhante à China.
Introdução
Felipe Figueiredo apresenta o tema do Nerdologia de História: a Revolta dos Boxers, um movimento anticolonial e contra influências estrangeiras na China, que resultou em uma intervenção global e cerca de 100 mil mortes.
Contexto Histórico da China
No século XIX, a China era governada pela dinastia Qing, que ascendeu ao poder em 1644. No auge, a China era um vasto império e um importante centro comercial, exportando seda, chá, porcelana e outros produtos. No entanto, nas décadas seguintes, o país enfraqueceu e sofreu crescente interferência de potências estrangeiras, especialmente europeias.
Guerras do Ópio e Tratados Desiguais
As Guerras do Ópio (1842 e 1856), nas quais os britânicos derrotaram militarmente a China, marcaram o início da interferência estrangeira. A China foi forçada a ceder territórios como Hong Kong e a permitir o comércio de ópio, que causava dependência e era prejudicial à sociedade chinesa. As guerras do ópio também levaram aos "tratados desiguais", acordos que impunham concessões unilaterais à China, como a abertura de portos ao comércio com europeus, americanos e japoneses, e concessões territoriais à Rússia. A monarquia também foi obrigada a aceitar missionários estrangeiros e proteger os cristãos chineses.
Surgimento dos Boxers
As derrotas militares e a crescente influência estrangeira geraram descontentamento, especialmente entre os jovens, que viam nas ações estrangeiras a causa de problemas como pobreza e desemprego. Esses jovens se organizaram em grupos para resgatar as tradições chinesas, principalmente nas áreas rurais do nordeste da China. Esses grupos, chamados de "punhos justos e harmoniosos" (Yihetuan), praticavam artes marciais (o "boxe chinês" para os britânicos, hoje conhecido como kung fu), calistenia e rituais espirituais para invocar divindades e obter força e invulnerabilidade. Os boxers perseguiam cristãos chineses e missionários, acusando-os de traição e de usar a religião para obter proteção legal.
Escalada do Conflito
Na década de 1890, as tensões aumentaram ainda mais. Em 1895, a China foi derrotada pelo Japão, perdendo Taiwan, outras ilhas e a Coreia, o que enfraqueceu ainda mais a dinastia Qing. Em 1897, um grupo de boxers atacou uma missão cristã alemã, matando dois padres. A Alemanha retaliou exigindo concessões, e outras potências como Reino Unido, França, Rússia e Japão aproveitaram a situação para fazer o mesmo. Em 1898, os boxers, agora organizados como "Exército Unido em Retidão", atacaram um templo chinês convertido em igreja cristã, mas foram derrotados pelas tropas Qing.
Apoio da Imperatriz e Intervenção Estrangeira
Em janeiro de 1900, a Imperatriz Cixi, líder dos setores anti-reforma na monarquia chinesa, decidiu apoiar os boxers, legalizando suas atividades e incentivando-os a lutar contra os estrangeiros. Isso intensificou a violência contra os estrangeiros. Em maio, diplomatas europeus em Pequim solicitaram proteção militar. Em junho, os boxers destruíram as ferrovias de Pequim, cercando a capital, onde estavam as embaixadas estrangeiras. A "Aliança das Oito Nações" (potências europeias, EUA e Japão) formou uma força expedicionária para intervir na China.
Cerco de Pequim e Protocolo Boxer
Em junho, tropas das oito nações tomaram fortes chineses e exigiram que a Imperatriz entregasse o governo. O governo chinês recusou e declarou a expulsão dos estrangeiros. O embaixador alemão foi morto ao tentar se encontrar com a Imperatriz. O bairro das legações em Pequim foi cercado por boxers. Por quase dois meses, soldados estrangeiros resistiram ao cerco até a chegada das tropas das oito nações em agosto. As tropas estrangeiras derrotaram os chineses e pilharam Pequim. A Imperatriz fugiu para o oeste. Em 1901, o "Protocolo Boxer" foi imposto à China, exigindo a execução de funcionários que apoiaram os boxers, a permissão para tropas estrangeiras residirem em Pequim e o pagamento de uma enorme indenização.
Consequências e Legado
A Revolta dos Boxers resultou na morte de cerca de 100 mil pessoas, incluindo 30 mil cristãos chineses. Apesar da derrota, a revolta mostrou aos europeus que a colonização da China seria extremamente custosa e que a queda da dinastia Qing poderia levar à guerra civil. A rebelião é vista de diferentes maneiras pelos chineses, desde um ato de heroísmo anti-imperialista até um movimento criminoso.
Comentários e Correções
O vídeo encerra com comentários sobre o experimento aquário e uma correção sobre a prisão de Kazinski.