Breve Resumo
Este vídeo explora a transferência da família real portuguesa para o Brasil em 1808, um evento crucial impulsionado pelas invasões napoleônicas e pela aliança de Portugal com a Inglaterra. O vídeo aborda o contexto histórico, a chegada da corte ao Brasil, as mudanças significativas no Rio de Janeiro, o fim da era joanina com o retorno da família real a Portugal, e as consequências duradouras desse período para o Brasil, incluindo a aceleração do processo de independência.
- A transferência da corte portuguesa para o Brasil foi uma manobra política para garantir a independência de Portugal durante as invasões napoleônicas.
- A chegada da família real ao Rio de Janeiro transformou a cidade na capital do reino, impulsionando o comércio e a criação de novas instituições.
- O período joanino no Brasil resultou em tratados comerciais vantajosos com a Inglaterra e no fim do pacto colonial.
- A permanência da família real no Brasil foi decisiva para a unificação territorial e para o processo de independência do país.
Introdução
O vídeo introduz a vinda da família real portuguesa e da corte para o Brasil em 1808 como uma manobra política do Príncipe Regente Dom João para assegurar a independência de Portugal face à invasão das tropas de Napoleão Bonaparte. A transferência da coroa portuguesa para o Brasil contou com o apoio da Inglaterra, que também auxiliou na expulsão das tropas napoleônicas.
Contexto Histórico
Em 1804, Napoleão Bonaparte, Imperador dos Franceses, expandiu seu território e os ideais da Revolução Francesa através de guerras. Em 1806, Napoleão decretou o bloqueio continental, determinando que os países europeus fechassem os portos ao comércio com os ingleses. Portugal não aderiu ao Bloqueio Continental devido à longa aliança política com os ingleses. Em 22 de outubro de 1807, o Regente Dom João e o rei da Inglaterra Jorge III assinaram uma convenção secreta que transferia a sede do reino de Portugal para o Brasil. Bonaparte negociou o Tratado de Fontainebleau com os espanhóis, permitindo aos franceses atravessarem a Espanha para invadir Portugal. Em novembro de 1807, Dom João determinou que toda a família real e a corte portuguesa fossem transferidas para o Brasil, totalizando cerca de 15 mil pessoas.
Chegada no Brasil
Oito naus, três fragatas, três brigues e duas escunas foram necessários para o transporte, acompanhados por quatro navios da Esquadra britânica. Além de pessoas, foram embarcados móveis, documentos, dinheiro, obras de arte e a real biblioteca. A viagem durou 54 dias até Salvador, onde a família real desembarcou em 22 de janeiro de 1808. Na capital baiana, a família real foi recebida com festas e ali permaneceu por mais de um mês. Durante sua estadia na Bahia, o príncipe regente assinou o tratado de abertura dos portos às nações amigas e criou a escola de cirurgia da Bahia. A abertura dos portos transferiu o comércio de Portugal para o Brasil, terminando com o pacto colonial que estabelecia o monopólio comercial entre a metrópole e a colônia.
Mudanças no Rio de Janeiro
Em 26 de fevereiro, a corte deixou Salvador e partiu para o Rio de Janeiro, chegando em 8 de março de 1808. A transferência da família real contribuiu para mudanças significativas no Brasil, especialmente no Rio de Janeiro, que se tornou a capital do reino de Portugal. Foram construídos novos edifícios públicos e o comércio se diversificou, oferecendo serviços variados. Dom João criou instituições como o Jardim Botânico, a fábrica de pólvora, o Banco do Brasil e a Real Academia Militar. A arte também foi impactada, com a transferência da real biblioteca de Portugal para o Rio de Janeiro em 1810, composta por 60 mil volumes, que deu origem à atual Biblioteca Nacional. Para o entretenimento da corte, foi fundado em 1813 o Real Teatro São João.
Fim de uma Era
Com o fim das guerras napoleônicas em 1815, vários artistas franceses foram para o Rio de Janeiro, incluindo pintores como Jean-Baptiste Debret, que retrataram o período joanino e possibilitaram a abertura da Escola Real de Artes, Ciências e Ofícios. Para estreitar os laços comerciais e políticos com os ingleses, Dom João assinou em 1810 o Tratado de Aliança e Amizade de Comércio e Navegação com o Reino Unido. Este tratado estabelecia taxas de importação diferenciadas: 15% para produtos ingleses, 16% para portugueses e 24% para os demais países, além do compromisso do fim do tráfico negreiro. Em 1815, com o fim das guerras napoleônicas, o Brasil foi declarado parte do Reino Unido de Portugal e Algarves, deixando de ser uma colônia.
Consequências
A família real portuguesa permaneceu no Brasil até 1820, quando ocorreu a Revolução Liberal do Porto, exigindo a volta do Rei Dom João VI e o restabelecimento da exclusividade do comércio com o Brasil. Dom João VI deixou seu filho e herdeiro, Dom Pedro, no Brasil como príncipe regente. Essa decisão acabou levando Dom Pedro a conduzir a separação política entre Portugal e o Brasil. A principal consequência da vinda da família real para o Brasil foi a aceleração do processo de independência do país. A permanência da família real foi decisiva para manter a unificação territorial do Brasil, reunindo a elite e a população em torno da figura do soberano.
Resumo
A família real e a corte portuguesa chegaram ao Brasil em 1808 devido ao bloqueio continental decretado por Napoleão Bonaparte. Dom João assinou o Tratado de Abertura dos Portos às Nações Amigas em Salvador, transferindo o comércio para o Brasil. A transferência da família real contribuiu para mudanças significativas no Rio de Janeiro, com a criação de instituições e a assinatura do Tratado de Aliança e Amizade de Comércio e Navegação com o Reino Unido. Em 1815, o Brasil foi declarado parte do Reino Unido de Portugal e Algarves. A família real permaneceu no Brasil até 1820, e sua permanência foi crucial para a unificação territorial e o processo de independência do Brasil.