Breve Resumo
Este vídeo da FTD Educação explora estratégias pedagógicas para o ensino da matemática nos anos iniciais (3º ao 5º ano). A consultora Luciane Chiques discute a importância de ampliar o conhecimento dos professores, compreendendo o que está por trás do conhecimento apresentado aos alunos. Ela aborda a necessidade de desafiar as capacidades inventivas das crianças, a diferença entre curiosidade e criatividade, e como a matemática pode ser prazerosa e divertida. Além disso, ela critica o uso excessivo de "arme e efetue" e a memorização da tabuada sem um propósito claro, defendendo o desenvolvimento do raciocínio lógico e da resolução de problemas.
- Ampliar o conhecimento dos professores sobre o ensino da matemática.
- Desafiar as capacidades inventivas das crianças e desenvolver a criatividade.
- Compreender as diferentes ideias por trás das operações matemáticas (adição, subtração, multiplicação e divisão).
- Desenvolver o raciocínio lógico e a resolução de problemas em vez da memorização.
Abertura e Boas-Vindas
Zaira Rotiles, consultora educacional da FTD Educação, dá as boas-vindas aos professores e apresenta Luciane Chiques, consultora educacional, para iniciar uma trilha formativa no ensino da matemática para professores do 3º ao 5º ano. Zaira expressa o orgulho da FTD em promover essa formação e destaca a importância de refletir e produzir conhecimento para aprimorar as práticas diárias com os alunos. Luciane Chiques enfrenta problemas técnicos com o link da transmissão, mas inicia a conversa com os professores, enfatizando o objetivo de ampliar o conhecimento e compreender os bastidores do ensino da matemática.
Objetivos da Formação e Próximos Encontros
Luciane Chiques explica que o objetivo da formação é ampliar o conhecimento dos professores, ressaltando que a aprendizagem é um processo que requer tempo e reflexão. Ela enfatiza a importância de compreender o que está por trás do conhecimento apresentado aos alunos, em vez de apenas replicar atividades. A formação terá mais dois encontros, em maio e agosto, e os assuntos serão divididos para não sobrecarregar os participantes com muita informação. Luciane também informa sobre os certificados, que serão enviados por e-mail após o preenchimento de um link de avaliação.
O que é um Problema?
Luciane questiona os professores sobre o que é um problema, tanto na matemática quanto na vida. Ela compartilha uma experiência em que seus alunos do 4º ano diferenciavam problemas de matemática e problemas da vida. Luciane argumenta que um problema é algo que incomoda e que não sabemos resolver. Ela convida os professores a refletirem sobre os problemas que enfrentaram em suas vidas e como eles geraram força, inteligência e conhecimento. Luciane relaciona essa reflexão com o ensino da matemática, defendendo que o que não desafia não desenvolve.
O Papel da Escola e o Desafio da Matemática
Luciane discute o papel da escola na sociedade, que é ensinar e resolver problemas. Ela critica a escola por, às vezes, oferecer um conhecimento que não serve para nada, e questiona o que a escola tem feito de verdade para promover o desenvolvimento da sociedade. Luciane observa que as crianças gostam de jogos eletrônicos porque eles desafiam, e a escola precisa propor situações que também desafiem as crianças, despertando o interesse delas. Ela cita Polya, considerado o pai da resolução de problemas, que afirmava que os problemas matemáticos precisam desafiar as capacidades inventivas das crianças.
Capacidades Inventivas e a Atitude do Professor
Luciane explica a diferença entre curiosidade (algo que a criança traz) e criatividade (algo que a escola desenvolve). Ela destaca que a matemática pode ser prazerosa e divertida, dependendo da forma como é direcionada em sala de aula. Luciane critica os professores que repetem os padrões de ensino que receberam, sem se apropriar da matemática e buscar novas abordagens. Ela elogia os professores generalistas, que se permitem aprender mais, e afirma que mudar a matemática nas escolas depende da atitude do professor.
Arme e Efetue: Certo ou Errado?
Luciane aborda a questão do "arme e efetue", uma prática comum no ensino da matemática. Em vez de dizer se é certo ou errado, ela questiona o objetivo dessa prática e se ela traz benefícios para a aprendizagem das crianças de hoje. Luciane ressalta que as crianças de hoje são diferentes das de antigamente, pois nasceram na era tecnológica e têm menos tempo de concentração. Ela defende que as estratégias de ensino devem ser escolhidas com cuidado, para que de verdade acrescentem algo para as crianças. Luciane esclarece que não é contra trabalhar continhas ou decorar a tabuada, mas que essas coisas têm que ter um para quê e um porquê claros.
Algoritmos e a Resolução de Problemas
Luciane explica a origem da palavra "conta" e como ela está relacionada ao ábaco. Ela esclarece a diferença entre algoritmo (a conta) e algarismo (os símbolos numéricos). Luciane define o algoritmo como um facilitador das nossas vidas e questiona se a conta facilita a nossa vida. Ela usa o exemplo do controle remoto da televisão para ilustrar como um algoritmo funciona, facilitando a nossa vida. Luciane defende que a conta só serve se servir para resolver algo, e que a matemática precisa desenvolver raciocínios que resolvam problemas da vida.
Raciocínio Abstrato e a Importância do Contexto
Luciane ressalta que as crianças do 3º ao 5º ano ainda não têm o raciocínio abstrato completo, e que a matemática é 100% abstrata. Ela alerta para o perigo de levar a linguagem matemática de forma concreta, sem que a criança construa o conhecimento. Luciane apresenta um vídeo de comédia que ilustra a importância da compreensão e do raciocínio abstrato. Ela compartilha um problema em que a resposta da conta não é a resposta do problema, mostrando que a conta é apenas um algoritmo, uma ponte para construir o raciocínio.
A BNCC e a Resolução de Problemas
Luciane explica que a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) indica que a matemática deve ser trabalhada dentro de um letramento que desenvolva competências e habilidades de raciocinar, representar, comunicar e argumentar matematicamente. Ela ressalta que a resolução de problemas não é algo exclusivo da matemática, mas de todas as áreas do conhecimento. Luciane destaca que nem tudo tem uma aplicação imediata, mas que a matemática constrói raciocínios que serão a base para outras aplicações. Ela defende que as quatro operações matemáticas (adição, subtração, multiplicação e divisão) devem ser trabalhadas desde o 1º ano, mas não os algoritmos.
As Ideias da Adição e da Subtração
Luciane explica que a adição tem duas ideias (juntar e acrescentar) e a subtração tem três (retirar, comparar e completar). Ela alerta para o perigo de usar palavras-chave para responder problemas, defendendo que o mais importante é entender o que o problema quer resolver. Luciane mostra exemplos de problemas de adição e subtração com diferentes ideias, ressaltando que a continha é igual, mas o que muda é o problema. Ela defende que a continha deve ser usada para treinar, depois que a criança entendeu o que está fazendo.
A Importância do "Ir e Vir" e as Ideias da Subtração
Luciane explica que o cérebro faz um movimento de expandir para a adição e de voltar para a subtração, e que esse movimento precisa ser treinado. Ela destaca a importância das atividades de "ir e vir" na educação infantil, que preparam o cérebro para entender as ideias da subtração. Luciane apresenta as três ideias da subtração (retirar, comparar e completar) e mostra exemplos de problemas com cada uma delas. Ela ressalta que a conta se repete, mas o que muda é o problema.
A Dificuldade na Comparação e a Leitura de Problemas
Luciane destaca a dificuldade das crianças na ideia de comparar na subtração. Ela alerta para o perigo de ensinar que a palavra "mais" é a palavra-chave para a adição, pois a criança pode não ler o resto do problema e fazer a conta errada. Luciane defende que a criança precisa entender o que está acontecendo no problema, e não apenas pegar os números e fazer conta. Ela ressalta a importância de ensinar a criança a ler problema, conversando com o problema e entendendo o que ele quer saber.
A Tabuada e as Ideias da Multiplicação e Divisão
Luciane explica o que é a tabuada, uma tabela de adições que serve para agilizar o cálculo. Ela conta a história da tabuada, que surgiu com os árabes no comércio, para facilitar a vida deles. Luciane ressalta que a tabuada é apenas um apoio da adição, e que se a criança não desenvolver um certo processo lá atrás, a tabuada fica muito difícil depois. Ela apresenta as quatro ideias da multiplicação (configuração retangular, análise combinatória, proporção e adição de parcelas iguais) e as duas ideias da divisão (medir e repartir).
As Habilidades da BNCC e a Intencionalidade Pedagógica
Luciane mostra as habilidades da BNCC para o 3º, 4º e 5º ano, que cobram as ideias das operações matemáticas. Ela ressalta que a matriz do SAEB vai se basear na BNCC para elaborar as questões, e que a prova não vai cobrar a continha, mas o raciocínio da criança. Luciane defende a importância da intencionalidade pedagógica, separando o que é indispensável, importante e interessante para cada turma. Ela ressalta que é preciso investir mais tempo no que de fato constrói aprendizagem com significado, fazendo o aluno entender o sentido e o significado do que está aprendendo.
Inspirar e Nutrir
Luciane encerra a live convidando os professores a aplicarem uma atividade envolvendo uma das ideias diferentes das quatro operações e a compartilharem suas experiências com as consultoras. Ela destaca a importância de inspirar os alunos, irradiando coisas boas e se nutrindo de coisas que trazem alegria e paz. Luciane agradece a oportunidade de conversar com os professores e convida a todos para a próxima live. Zaira Rotiles agradece a Luciane e aos professores, ressaltando a importância de trabalhar com as ideias e não apenas com o algoritmo.