Breve Resumo
Este vídeo explora o Atol das Rocas, um santuário ecológico isolado no Atlântico Sul. A equipe de exploração enfrenta desafios como a dificuldade de mapeamento da área, condições climáticas adversas e a necessidade de proteger a vida selvagem local. Eles documentam a rica biodiversidade do atol, incluindo tubarões, aves marinhas e recifes de algas calcárias, além de acompanhar o trabalho de cientistas na conservação deste ecossistema único.
- Exploração da biodiversidade do Atol das Rocas.
- Desafios de mapeamento e condições climáticas adversas.
- Esforços de conservação e pesquisa científica no atol.
Introdução ao Atol das Rocas
O Atol das Rocas é apresentado como um refúgio secreto e isolado no Atlântico Sul, desconhecido por muitos brasileiros e pelo resto do mundo. A região é de difícil acesso e não possui um mapa definitivo, o que a torna um local esquecido e misterioso. Uma equipe de exploradores, incluindo mergulhadores, oceanógrafos, biólogos e cinegrafistas submarinos, embarca em uma expedição para documentar e estudar este santuário intocado.
Chegada e Primeiros Contatos
Após uma viagem de 16 horas e 140 milhas a partir de Natal, a equipe chega ao Atol das Rocas, utilizando uma carta náutica incompleta como guia. O interior do atol nunca foi totalmente mapeado, apresentando diversos ambientes desconhecidos. O atol resistiu a tentativas de colonização e exploração ao longo de 500 anos e hoje é uma reserva biológica restrita a cientistas e guarda-parques.
A Lagoa do Atol
A equipe se prepara para entrar no atol, tomando precauções para evitar os naufrágios que marcam a área. Ao desembarcar, a sensação é de estar em outro planeta. Os guarda-parques, liderados por Zélia Brito, que vivem e trabalham no atol em turnos de 20 dias, auxiliam na exploração. Marcelo Skaf, o oceanógrafo, explica que o atol é formado por uma montanha submersa com um recife de algas calcárias ao redor, criando piscinas de maré, baías e canais.
Mergulho na Lagoa Permanente
A equipe mergulha na lagoa permanente, um ambiente de água quente e repleto de vida. Peixes-frade jovens encontram abrigo nas pedras, enquanto um casal de peixes-borboleta se prepara para acasalar. O pirar macho constrói um ninho em um monte de pedras, removendo cada pedra para criar um túnel para a fêmea desovar.
Predadores e a Vida Marinha
A lagoa abriga diversos predadores, como o tubarão-lixa jovem, que se alimenta no fundo. O tubarão-limão, o maior predador do atol, é conhecido por dar à luz dentro da lagoa. Raias vasculham o fundo em busca de crustáceos e moluscos. Daniela tem um encontro próximo com uma raia, demonstrando respeito mútuo.
Tubarões-Lixa e a Lagoa Temporária
Em áreas abertas, os animais são mais ariscos, como um filhote de tubarão-limão que permite apenas uma rápida olhada. Em águas rasas e quentes, um cardume de tubarões-lixa, incluindo fêmeas grávidas, busca refúgio. Essas fêmeas depositam seus ovos no mar ao redor do atol. A lagoa temporária seca rapidamente, forçando os tubarões-lixa a se moverem.
O Recife de Algas Calcárias
A equipe explora o recife que circunda o atol, que fica exposto durante a maré baixa. Diferente dos recifes de coral, este é formado por algas calcárias petrificadas. O Atol das Rocas foi declarado reserva biológica em 1979, mas só recebeu proteção efetiva em 1993 com a presença constante de guarda-parques.
As Marés e a Vida no Recife
Zélia explica que as marés ditam os ciclos de vida no atol, com a água correndo para o mar aberto e formando poças onde animais ficam presos. Durante a maré baixa, a equipe encontra um polvo que parece saber que a poça secará em breve. Os polvos, conhecidos por sua inteligência, usam a memória visual para encontrar o caminho de volta para águas mais profundas.
Desafios e Retorno ao Barco
O ritmo das marés dita a vida e a morte nos recifes. A equipe enfrenta ondas e ventos fortes ao tentar retornar ao barco, precisando esperar o momento certo para romper a barreira de água. A travessia é perigosa, mas eles conseguem voltar em segurança.
Tempo Ruim e a Busca Continua
O mau tempo impede o desembarque, forçando a equipe a passar o dia todo no barco. A interrupção não estava nos planos, já que o tempo é curto para terminar o trabalho e encontrar os filhotes de tubarão-limão.
Mergulho em Águas Turvas
Após a tempestade, a equipe mergulha em águas turvas, resultado da correnteza formada pelo temporal. Apesar da turbulência, a vida marinha continua ativa. Um polvo captura suas presas, escondendo-as em meio ao caos submarino.
Ilha do Farol e a História Humana
A equipe explora as ilhas do atol, começando pela Ilha do Farol. Simone, a guarda-parque, conta que o atol foi descoberto há 500 anos pelos portugueses e sua história é marcada por naufrágios. Cilindros de cimento, restos de navios naufragados, são encontrados na ilha. No início do século 20, um faroleiro e sua família viveram na ilha, mas uma tragédia resultou na morte da mãe e do filho.
A Vida Selvagem nas Ilhas
Hoje, apenas caranguejos vivem no farol, um lembrete da fragilidade humana. Os guarda-parques modernos dependem da água trazida do continente e utilizam painéis solares para alimentar seus equipamentos. Escorpiões são uma das pragas que dificultam a vida no atol. A bióloga marinha Cris também está à procura dos filhotes de tubarão-limão.
Aves Marinhas e seus Ninhos
Enquanto o homem luta para ocupar as ilhas, as aves se adaptaram bem ao local. Lisandro explica que há quase dois pássaros por metro quadrado, com aves como o trinta-réis competindo por espaço para seus ninhos. Os atobás de patas vermelhas ocupam as poucas árvores do atol, enquanto na Ilha do Cemitério, as aves pousam sobre os túmulos de náufragos.
Atobás Brancos e seus Rituais
A vegetação na Ilha do Farol foi destruída pelos atobás brancos, que colocam seus ovos diretamente na areia. Eles procuram o melhor lugar para construir um ninho, realizando um ritual de aproximação do casal. As ilhas arenosas são preciosas para a reprodução das aves marinhas.
O Salão: Um Mundo Verde
A equipe explora o Salão, uma baía cercada por recifes que protegem a vegetação aquática. Peixes se alimentam das algas, e o peixe-frade beija a floresta de algas. A donzelinha de rocas, encontrada apenas aqui e em Fernando de Noronha, protege seu jardim de plantas marinhas.
Predadores no Salão
Onde há peixes pequenos, também há os grandes. Cavernas e tocas servem como abrigo temporário. Tubarões-lixa descansam na sombra, e polvos usam camuflagem para se esconder dos predadores.
Ovos de Tubarão e Rituais de Acasalamento
De volta à Ilha do Farol, ovos vazios de tubarões-lixa chegam à praia, indicando que as fêmeas grávidas deram à luz. Um casal de atobás brancos se prepara para acasalar, com a fêmea demonstrando contrações após a cópula.
Desova de Tartarugas Marinhas
A equipe acompanha Ricardo, um guarda-parque, na coleta de dados sobre as tartarugas verdes. Uma fêmea começa a cavar na areia para depositar seus ovos, um processo que leva cerca de 3 horas e resulta em aproximadamente 120 ovos. As tartarugas verdes retornam ao mesmo local onde nasceram para se reproduzir.
A Jornada de Volta ao Mar
Após depositar os ovos, a tartaruga gasta muita energia e precisa descansar antes de voltar para a água. A equipe ajuda Ricardo a medir a tartaruga, que já havia sido identificada anteriormente. A tartaruga cobre o ninho de areia para camuflá-lo e inicia sua lenta jornada de volta ao mar.
Desafios na Maré Baixa
A tartaruga fica encalhada no atol durante a maré baixa, precisando atravessar 45 metros de recife antes de alcançar o oceano. A exposição ao sol pode ser fatal. Após 8 horas, ela finalmente se lança ao mar.
Piscinas de Maré: Berçários Naturais
As piscinas de maré servem como refúgio para criaturas jovens e frágeis. Um cardume de jovens peixes-cirurgião se alimenta das algas, enquanto filhotes de peixe-limpador se alimentam de parasitas e tecido morto.
Encontrando os Filhotes de Tubarão-Limão
A equipe muda de piscina em busca dos filhotes de tubarão-limão. Em uma piscina rasa, eles encontram um jovem tubarão-limão de aproximadamente três meses. Daniela encontra outro dormindo no fundo arenoso. Mais quatro filhotes aparecem, indicando que a equipe está desvendando os mistérios do atol.
Pesquisa Científica e Marcação de Tubarões
A equipe observa Cris trabalhando em sua pesquisa, tentando capturar tubarões para estudar seus movimentos. Enquanto Cris espera pela maré, a equipe se prepara para o último mergulho.
Mergulho no Canal: A Boca do Atol
A equipe mergulha no canal, a principal ligação do atol com o mar aberto. A correnteza é forte, impulsionando os mergulhadores em direção à saída. O atol está inspirando, despedindo água suficiente para baixar sua profundidade.
Predadores e a Vida Marinha no Canal
Enquanto a maré flui para fora do atol, os peixes são levados junto, e grandes predadores esperam por eles de boca aberta. Uma raia guia a equipe pelo canal. Um mero gigante, um primo da garoupa, surge das sombras.
Interação com o Mero e a Despedida
O mero, conhecido por sua curiosidade, acompanha os mergulhadores por 40 minutos. Uma tartaruga de pente evita se aproximar do gigante. O mero guia a equipe em direção a uma caverna onde tubarões-lixa descansam amontoados.
Descobertas Finais e Conservação
A equipe termina de documentar os diferentes ambientes do atol, contribuindo para o entendimento de Rocas. Cris encontra um bebê de tubarão-limão em sua rede e trabalha rapidamente para medi-lo, marcá-lo e implantar um microchip. A pesquisa de Cris ajudará na compreensão e proteção do atol.
O Futuro do Atol das Rocas
A reserva biológica marinha de Rocas e o governo brasileiro iniciaram o processo de criação de um mapa oficial, e o atol deve ganhar o status de patrimônio mundial. O Atol das Rocas jamais será esquecido novamente.