AULA 04 - O método para conduzir entrevistas diagnósticas em psicopatologia com excelência.

AULA 04 - O método para conduzir entrevistas diagnósticas em psicopatologia com excelência.

Breve Resumo

Esta aula aborda o método para conduzir entrevistas diagnósticas em psicopatologia com excelência. A aula inclui duas demonstrações (role-plays) - uma de entrevista diagnóstica e outra de diagnóstico compartilhado. A aula também destaca a importância do vínculo, comprometimento cognitivo do paciente e recorte de tempo na entrevista.

  • A aula enfatiza a importância do vínculo na entrevista diagnóstica e como ele pode afetar o relato do paciente.
  • A aula também discute o impacto do comprometimento mental ou cognitivo do paciente no relato e a necessidade de buscar informações de outras pessoas em casos de comprometimento.
  • A aula destaca a importância do tempo e do recorte que o paciente faz na consulta, enfatizando que o diagnóstico não deve ser feito em uma única sessão.

Introdução

Fernanda Landeiro inicia a aula da semana da psicopatologia, a quarta aula, sobre o método para conduzir entrevistas diagnósticas em psicopatologia com excelência. Ela menciona que a aula terá duas demonstrações (role-plays) - uma de entrevista diagnóstica e outra de diagnóstico compartilhado. Ela também destaca a importância do vínculo, comprometimento cognitivo do paciente e recorte de tempo na entrevista.

Vínculo

Fernanda explica que o vínculo é essencial para uma boa entrevista diagnóstica, pois influencia diretamente o relato do paciente. Ela destaca que um bom vínculo facilita a entrevista e a avaliação, enquanto um vínculo fraco pode comprometer o processo. Ela menciona que o ambiente da entrevista, a duração, a disposição espacial e a privacidade também influenciam o vínculo. Fernanda também aborda a importância da autenticidade, empatia e segurança na construção do vínculo. Ela sugere usar frases que expressem qualificação, reforço, compreensão, compaixão e encorajamento para fortalecer o vínculo.

Comprometimento Cognitivo

Fernanda explica que o grau de comprometimento mental ou cognitivo do paciente afeta a fidedignidade do relato. Ela destaca que alterações nas funções psíquicas podem prejudicar o relato do paciente, tornando necessário buscar informações de familiares, amigos e parentes. Ela menciona a importância de avaliar o eixo longitudinal (biografia) e o eixo transversal (fotografia do momento) do paciente, incluindo o exame do estado mental. Fernanda também destaca a importância de entender as funções psíquicas elementares e compostas, que foram explicadas na aula de terça-feira. Ela explica que alterações em funções como juízo de realidade, memória e pensamento podem prejudicar o relato do paciente.

Tempo

Fernanda explica que o tempo é um fator crucial na entrevista diagnóstica, pois o paciente tem um tempo limitado para contar sua história. Ela destaca que o diagnóstico não deve ser feito em uma única sessão, pois o paciente pode ter muitas demandas e a história pode ser dolorosa. Ela enfatiza que o objetivo é entender a história do paciente e faz uma analogia com o trabalho de um delegado de polícia, alertando para a importância de não pressionar o paciente por informações.

Semiotécnica e Semiologia

Fernanda explica que a entrevista diagnóstica é uma mistura de técnica e arte, e que a semiotécnica e a semiologia são essenciais para um bom entrevistador. Ela destaca a importância do conhecimento sobre os fenômenos em psicopatologia, o exame do estado mental e a nozologia. Ela explica que a entrevista diagnóstica envolve a coleta de indícios, a identificação de sintomas, a realização de triagens e a elaboração de hipóteses diagnósticas.

Fases da Entrevista

Fernanda descreve as fases da entrevista diagnóstica, começando com o aquecimento e o entendimento do problema do paciente. Ela destaca a importância do vínculo, da empatia, da autenticidade e da postura de liderança do entrevistador. Ela também menciona a importância de saber fazer perguntas e realizar o exame do estado mental, que inclui observação da aparência, psicomotricidade, fala, humor, afeto, orientação, memória e julgamento crítico do paciente.

Tipos de Entrevista

Fernanda explica os diferentes tipos de entrevista: aberta, estruturada e semiestruturada. Ela destaca as vantagens e desvantagens de cada tipo e quando cada um é mais adequado. Ela menciona que a entrevista aberta permite mais liberdade para o paciente, mas pode dificultar a obtenção de informações relevantes. A entrevista estruturada, por outro lado, aumenta a confiabilidade, mas pode prejudicar a colaboração do paciente. A entrevista semiestruturada, que é a mais comum na prática clínica, oferece flexibilidade e permite que o entrevistador se adapte às necessidades do paciente.

Regra de Ouro

Fernanda apresenta a regra de ouro da psicopatologia, que define o tipo de entrevista mais adequado para diferentes pacientes. Ela explica que para pacientes organizados, com inteligência dentro do normal e sem quadro psicótico, entrevistas abertas ou semiestruturadas são mais adequadas. Para pacientes desorganizados, com quadro psicótico ou déficit cognitivo, entrevistas mais estruturadas são recomendadas. Ela também destaca a importância de iniciar a entrevista com perguntas neutras para pacientes tímidos, ansiosos ou psicóticos, e de abordar temas mais sensíveis gradualmente.

10 Passos da Entrevista

Fernanda apresenta os 10 passos para a entrevista em psicopatologia, divididos em dois grupos: a entrevista/anamnese e o exame do estado mental. Ela destaca a importância de cada passo e demonstra na prática como aplicar cada um deles.

Entrevista Inicial vs. Avaliação Psicológica

Fernanda esclarece a diferença entre entrevista inicial e avaliação psicológica. Ela explica que a entrevista inicial é feita no contexto da clínica, hospital ou CAPS, com o objetivo de coletar dados para o diagnóstico e tratamento. A avaliação psicológica, por outro lado, é um processo estruturado que visa a emissão de um documento psicológico (laudo, relatório ou parecer). Ela destaca que ambas podem incluir testagem, mas têm objetivos diferentes.

Demonstração da Entrevista

Fernanda realiza uma demonstração prática da entrevista diagnóstica com a psicóloga Juliana Castro, que assume o papel de uma paciente. A demonstração aborda os 10 passos da entrevista, incluindo a coleta de dados sociodemográficos, a história pessoal, a história do problema atual, o histórico de transtornos mentais, a história do desenvolvimento infantil, a avaliação do humor, do pensamento, do comportamento, do risco de suicídio, o resumo e a formulação preliminar do diagnóstico.

Diagnóstico Compartilhado

Fernanda realiza uma segunda demonstração (role-play) de diagnóstico compartilhado, onde Juliana Castro assume o papel de uma paciente que já passou pela entrevista inicial. Fernanda compartilha o diagnóstico de transtorno da personalidade borderline com a paciente, abordando os mitos e estigmas associados ao transtorno. Ela explica o conceito de personalidade, os transtornos de personalidade e as características do transtorno da personalidade borderline.

Dicas Práticas

Fernanda oferece dicas práticas do que fazer e do que não fazer em uma entrevista diagnóstica. Ela destaca a importância de ter uma visão geral da vida do paciente, estar presente durante a entrevista, evitar uma postura julgadora, entender os sintomas em detalhes, não seguir uma ordem cronológica, usar perguntas abertas e fazer perguntas para esclarecer detalhes. Ela também alerta para a importância de não ser muito neutro ou rígido, de não anotar excessivamente, de não deixar que o paciente tome o controle da entrevista, de não ser defensivo com pacientes irritados, de não ignorar os relatos de sofrimento, de não usar a entrevista como uma lista de verificação e de não ler os sintomas do DSM para o paciente.

Mentira na Entrevista

Fernanda aborda a questão da mentira na entrevista diagnóstica, explicando que a mentira pode ter várias causas e que é importante entender a função, a frequência e a intensidade da mentira. Ela menciona que a mentira pode estar associada a transtornos de personalidade, transtorno por uso de substâncias, jogo patológico e transtorno factício. Ela também oferece dicas de como lidar com a mentira, como pedir para o paciente repetir a informação, ignorar a mentira temporariamente, confrontar as informações de forma gentil e evitar acusações.

Conclusão

Fernanda finaliza a aula com uma mensagem sobre a importância da humanidade na entrevista diagnóstica. Ela destaca que, além das técnicas e procedimentos, é fundamental acolher o paciente, olhar nos olhos, mostrar empatia e lembrar que o paciente é uma pessoa em sofrimento. Ela enfatiza que o objetivo é construir um vínculo com o paciente e ajudá-lo a se sentir acolhido, compreendido e ouvido.

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