Aula 14 - Incentivo à docência

Aula 14 - Incentivo à docência

Breve Resumo

Este vídeo aborda a problemática da desvalorização da profissão de professor no Brasil, explorando as causas e consequências desse cenário, bem como possíveis caminhos para a valorização e incentivo à docência. A discussão inclui dados estatísticos sobre o déficit de professores, a baixa adesão dos jovens à carreira, e a comparação com modelos de valorização em outros países, como a Finlândia. Além disso, são analisadas iniciativas governamentais recentes e a importância da participação dos professores nas políticas educacionais.

  • Déficit de professores no Brasil previsto para 2040.
  • Apenas 3% dos adolescentes desejam seguir a docência.
  • Desvalorização salarial e social da profissão.
  • Programas governamentais insuficientes para atrair novos professores.
  • Necessidade de valorização e autonomia dos professores nas políticas educacionais.

Introdução

A professora inicia a aula destacando a importância do tema a ser abordado: a valorização e o incentivo à docência no Brasil. Ela menciona uma previsão do Ministério da Educação de que, em 2040, o Brasil enfrentará um "apagão de professores" devido ao envelhecimento dos profissionais atuais e à falta de interesse dos jovens pela carreira. A professora ressalta que o foco da discussão será a educação básica, que compreende desde o início da vida escolar até a conclusão do ensino médio.

Programas Governamentais para Atrair Jovens à Docência

A professora informa que o governo federal lançou dois programas específicos para atrair jovens para a profissão de professor. Segundo o INEP, apenas 3% dos adolescentes desejam seguir a docência. Ela compartilha experiências pessoais sobre os desafios da profissão, incluindo baixos salários e situações difíceis enfrentadas em sala de aula. A professora também menciona que os salários na educação aumentam conforme o nível de ensino, sendo os mais baixos na educação infantil, onde a demanda por trabalho é alta.

Divisão dos Parágrafos e a Problemática Implícita

A professora aborda a divisão dos parágrafos na redação sobre o tema. Ela explica que, embora a frase temática possa não apresentar um problema explícito, como "caminhos para valorizar e incentivar a docência no Brasil", o problema implícito é a desvalorização da profissão. A argumentação deve se concentrar em elucidar as causas e consequências desse problema. O primeiro desenvolvimento deve tratar do entendimento social sobre a profissão de professor, que é frequentemente associada à nobreza, mas, na realidade, é desprestigiada financeira e socialmente.

Obstáculos ao Prestígio da Profissão

A professora discute os obstáculos que impedem o prestígio da profissão de professor, incluindo o baixo salário, a falta de investimento em formação continuada e a violência nas escolas. Ela explica que o governo brasileiro não investe adequadamente na formação constante dos professores, o que ficou evidente durante a pandemia, quando muitos profissionais não sabiam lidar com a tecnologia. A professora também menciona casos de violência nas escolas, tanto em relação a alunos quanto a professores, e a falta de vínculo entre os professores e os alunos devido ao acúmulo de funções.

Programas de Incentivo à Docência e a Realidade Brasileira

A professora apresenta dois programas lançados para atrair estudantes para a profissão de professor: o "Pé de Meia Licenciaturas" e o "Mais Professores". O "Pé de Meia Licenciaturas" oferece uma bolsa mensal para estudantes de cursos de licenciatura em universidades públicas, enquanto o "Mais Professores" oferece um acréscimo salarial para professores que optarem por trabalhar em áreas com falta de profissionais. No entanto, especialistas em políticas de educação já apontam a ineficiência dessas medidas, pois não promovem melhores condições de trabalho. A professora ressalta a falta de livros didáticos, tecnologia, formação continuada e tempo para os professores no Brasil.

Desigualdade de Gênero e a Desvalorização da Profissão

A professora destaca que a profissão de professor é majoritariamente feminina, com 96% dos profissionais do ensino fundamental sendo mulheres. Ela explica que essa característica está relacionada ao cuidado e à caridade, o que contribui para a desvalorização da profissão, assim como ocorre com a enfermagem. Além disso, a professora menciona que muitos professores que estão atuando não têm formação na própria área, o que prejudica a qualidade do ensino.

Artigo 205 da Constituição e a Valorização do Professor

A professora cita o artigo 205 da Constituição Federal, que estabelece que a educação é direito de todos e deve ser promovida visando ao pleno exercício da cidadania e à formação para o mercado de trabalho. Ela questiona como esse direito pode ser cumprido se não houver valorização do professor, que é quem torna a educação concreta. A professora também menciona que os estudantes que optam pela licenciatura atualmente têm as médias mais baixas no ENEM, o que demonstra a falta de prestígio da carreira.

Dados Estatísticos e a Desistência nos Cursos de Licenciatura

A professora apresenta dados estatísticos que comprovam a falta de atratividade da docência. A nota média de corte do ENEM para as licenciaturas é de 572 pontos, em comparação com 637 em direito e 753 em medicina. Além disso, mais de 50% dos estudantes que optam pela licenciatura abandonam o curso. A professora compartilha o caso de um ex-aluno que queria cursar matemática, mas foi influenciado pelo pai a fazer engenharia, e acabou desistindo para cursar psicologia.

Programas de Incentivo e a Realidade da Profissão

A professora explica os detalhes dos programas "Pé de Meia" e "Mais Professores", destacando os requisitos e benefícios de cada um. Ela menciona um caso polêmico de uma estudante que pretendia se matricular em um curso de licenciatura apenas para receber a bolsa, sem frequentar as aulas. A professora também aborda a questão dos professores temporários, que custam menos ao governo, mas prejudicam a qualidade da educação, pois não conseguem construir vínculo com os alunos e não têm plano de carreira.

Apagão de Professores e a Falta de Valorização

A professora retoma a projeção de que, até 2040, o Brasil enfrentará um apagão de professores na educação básica devido ao abandono precoce da profissão, ao envelhecimento da categoria e à falta de interesse dos jovens. Ela cita uma fala do ministro da educação, Camilo Santana, sobre a necessidade de criar uma cultura de reconhecimento e valorização do papel dos professores. A professora também menciona que a educação pública é constituída por concursados, mas o governo tem criado cargos temporários para reduzir custos, o que sucateia a educação.

A Prática e a Teoria na Educação

A professora ressalta que, na teoria, a educação recebe muita verba, mas na prática a situação é diferente. Ela explica que o programa "Mais Professores" é instituído por meio de decreto e visa promover e valorizar os professores da educação básica e incentivar a docência. A professora também menciona um caso de uma menina que está tentando medicina e cogita se matricular em um curso de licenciatura para receber a bolsa, o que demonstra a falta de vocação para a docência.

Dados Alarmantes sobre a Profissão

A professora apresenta dados alarmantes sobre a profissão de professor, como o fato de que apenas 3% dos estudantes afirmam que querem ser professores e que a cada 10 professores, oito não recomendam a profissão. Ela menciona o caso de uma amiga que trabalha em duas escolas para ganhar um salário razoável e não consegue isenção de impostos. A professora também cita o caso de um professor que dá mais de 70 aulas por semana, o que é humanamente inviável.

Profissionais Fora da Área e a Educação na Finlândia

A professora destaca que um terço dos professores do ensino médio não é formado na disciplina que leciona, e que essa situação é ainda pior no ensino fundamental. Ela explica que muitos profissionais que não conseguem emprego na própria área entendem que tornar-se professor é uma via. Para comparar com a realidade brasileira, a professora apresenta o modelo educacional da Finlândia, que é considerado um dos melhores do mundo.

O Modelo Educacional da Finlândia

A professora detalha o modelo educacional da Finlândia, que se destaca pelo acesso igualitário à educação, pela ausência de repetência e pela baixa taxa de evasão. Lá, a educação básica vai dos 7 aos 15 anos, e toda a educação é gratuita, inclusive nas escolas privadas, que são financiadas pelo governo. As refeições são gratuitas e não se pode cobrar por viagens escolares ou outras atividades. Os professores são valorizados socialmente e financeiramente, e têm uma carga de trabalho menor.

Paulo Freire e a Autonomia dos Professores

A professora menciona Paulo Freire, o patrono da educação brasileira, que é combatido por parte da sociedade, mas é leitura obrigatória no exterior. Ela destaca que a educação de Paulo Freire era revolucionária. A professora também aborda a autonomia dos professores, que é fundamental para o sucesso do sistema educacional. Na Finlândia, os professores têm autonomia sobre o cotidiano escolar e podem escolher como ensinam o currículo.

Formação Continuada e a Proposta de Intervenção

A professora ressalta que menos da metade dos professores brasileiros tem pós-graduação ou faz formação continuada, ao contrário da Finlândia, onde os professores devem ter pelo menos mestrado. Ela menciona que a maioria dos professores hoje tem formação a partir da educação à distância (EAD), que tem sido controversa. Para finalizar, a professora propõe que o Ministério da Educação envolva os professores nas políticas educacionais, como a LDB e o PNE, a fim de que aqueles que lidam com o dia a dia escolar participem da consolidação dessas legislações.

Repertórios e Proposta de Intervenção

A professora sugere repertórios para a redação, como frases de Machado de Assis, Cora Coralina, Nelson Mandela, Paulo Freire e Malala. Ela também menciona o conceito de capital cultural de Pierre Bourdieu e filmes como "Escritores da Liberdade" e "Sociedade dos Poetas Mortos". Para a proposta de intervenção, a professora sugere que o Ministério da Educação, em parceria com as mídias televisivas e digitais, exponha depoimentos de professores e alunos que tiveram a vida transformada pelo incentivo do docente, a fim de compartilhar as tristezas e alegrias da profissão. Além disso, ela propõe que o governo federal crie mecanismos para fiscalizar o cumprimento do piso salarial dos professores.

Correção de Redação e Considerações Finais

A professora corrige a redação de uma aluna, apontando erros de coesão, organização das ideias e falta de elementos na proposta de intervenção. Ela ressalta a importância de utilizar articuladores corretos e de apresentar propostas completas, com todos os elementos necessários. A professora finaliza a aula, reforçando a importância do tema e incentivando os alunos a se prepararem para a prova.

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