Breve Resumo
Este vídeo encerra a discussão sobre o Pré-Modernismo no Brasil, focando em três autores principais: Lima Barreto, Monteiro Lobato e Augusto dos Anjos.
- Lima Barreto é destacado por sua linguagem coloquial e crítica social, prenunciando a Semana de 22.
- Monteiro Lobato é analisado por seu nacionalismo progressista e denúncia da miséria no interior paulista, com destaque para o personagem Jeca Tatu.
- Augusto dos Anjos é apresentado como um poeta singular, cuja poesia híbrida mistura elementos de várias escolas literárias e aborda temas como a morte e a decomposição de forma materialista e pessimista.
Lima Barreto: Crítica Social e Linguagem Inovadora
Lima Barreto é reconhecido por abordar o subúrbio carioca e suas peculiaridades, utilizando uma linguagem coloquial e despojada, que se distancia da linguagem arcaica do século XIX. Sua obra é marcada pela denúncia e crítica social, com uma ironia e deboche característicos. Ele antecipa a linguagem da primeira geração modernista, especialmente de Oswald de Andrade. Apesar de ter sido um autor que prenunciava a Semana de 22, Lima Barreto só foi reconhecido após a sua morte.
O Triste Fim de Policarpo Quaresma: Uma Crítica ao Nacionalismo Exagerado
"O Triste Fim de Policarpo Quaresma" é uma obra que critica o nacionalismo ufanista e romântico, mostrando como ele impede a percepção dos problemas internos do Brasil. Policarpo Quaresma é retratado como um nacionalista extremo, que propõe o tupi como língua oficial e rejeita tudo o que não é essencialmente brasileiro. A obra questiona a idealização do Brasil e busca uma melhora do país, influenciando a Semana de 22. O livro termina com a prisão de Quaresma, que não aceita a forma como o Brasil foi constituído.
Monteiro Lobato: Nacionalismo Progressista e a Denúncia do Abandono do Interior
Monteiro Lobato é analisado por sua literatura adulta, que aborda o abandono e a miséria das cidades do interior paulista. Ele é descrito como um nacionalista progressista, que busca o progresso do Brasil dentro de moldes nacionalistas. Sua obra é marcada pela denúncia social, especialmente em relação às pessoas e ao estado das cidades do interior paulista. O personagem Jeca Tatu é um símbolo da falta de consideração dos governos paulistas em relação ao caipira e ao interior. Apesar de sua linguagem e estrutura conservadoras, Monteiro Lobato é relevante por sua denúncia e crítica social.
Augusto dos Anjos: Poesia Híbrida e Pessimismo Existencial
Augusto dos Anjos é apresentado como um poeta singular, cuja poesia híbrida mistura elementos de várias escolas literárias, como o Parnasianismo, Simbolismo, Ultra-Romantismo e Naturalismo. Sua poesia tem uma visão materialista do mundo, misturando linguagem poética com vocabulário científico. A morte é um tema constante em sua obra, abordada em termos físicos e materiais, com foco na decomposição do corpo. Seu simbolismo é pessimista, influenciado pelo Iluminismo, gerando uma angústia existencial. Ele escreveu apenas uma obra em vida, "Eu", que reflete o intimismo e pessimismo de sua poesia.
Análise do Poema "Versos Íntimos" e a Subversão da Imagem de Deus
O poema "Versos Íntimos" é analisado, destacando o pessimismo e o simbolismo presentes na obra de Augusto dos Anjos. O poema aborda a solidão e a ingratidão como companheiras na morte dos sonhos. A imagem de Deus é subvertida em poemas como "Deus Verme", onde Deus se torna um verme que corrói o corpo, representando o tempo que consome a matéria orgânica. A linguagem de Augusto dos Anjos é inovadora, mas ainda enraizada em questões conservadoras.
Conclusão e Próximos Passos: Rumo ao Modernismo
A aula é finalizada com a conclusão do tema do Pré-Modernismo. Na próxima aula, o foco será o Modernismo, a Semana de Arte Moderna, as gerações modernistas, os manifestos da primeira geração, o contexto histórico e os antecedentes do Modernismo.
