Resumo Breve
Este vídeo analisa a situação atual das ações do Banco do Brasil (BBAS3), que atingiram um dos seus menores valores históricos. Raul Sena discute os fatores que contribuíram para essa queda, incluindo resultados fracos no primeiro trimestre de 2025, mudanças nas regras contábeis, aumento da inadimplência no agronegócio e incertezas no cenário macroeconômico. Apesar dos riscos associados a empresas estatais, o vídeo explora se o Banco do Brasil representa uma oportunidade de investimento atraente, comparando-o com outros grandes bancos como Itaú e Bradesco.
- O Banco do Brasil está sendo negociado a um preço considerado baixo, com um PVP (Preço sobre Valor Patrimonial) de 0,63, o que significa que os investidores estão pagando R$ 0,63 por cada R$ 1 de patrimônio da empresa.
- Historicamente, investimentos constantes no Banco do Brasil geraram bons retornos, superando até mesmo o Itaú em certos períodos, devido à maior volatilidade das ações do BBAS3, que criam mais oportunidades de compra em baixa.
- Apesar dos múltiplos atrativos e do alto dividendo, o vídeo ressalta os riscos de investir em estatais, como a influência política na gestão e a possibilidade de o banco ser usado para fins que não visam o lucro dos acionistas minoritários.
Banco do Brasil em Queda
O vídeo começa com uma análise das ações do Banco do Brasil, destacando que muitos investidores possuem essas ações em suas carteiras, mesmo sem saber, devido à presença do banco em fundos de previdência, especialmente para quem trabalhou no setor público. O banco está sendo negociado com um dos menores valuations recentes, com um valor de mercado de R$ 3,71 bilhões, o que o torna atrativo pelo preço atual.
Menor Preço Histórico
O Banco do Brasil atingiu um dos menores patamares de sua história, chegando a R$ 29,40 em maio, e desde então sofreu uma queda de 32%. A última vez que o banco atingiu um valor semelhante foi em 2025, quando estava cotado a cerca de R$ 17.
Vale a Pena Comprar Banco do Brasil?
Raul Sena explica que, embora evite empresas estatais em sua carteira pessoal devido à influência política na gestão, ele reconhece as oportunidades que podem surgir. A gestão do Banco do Brasil muda conforme a presidência da República, mas o banco geralmente mantém bons KPIs. O principal problema são os cargos comissionados, que permitem maior influência política. O vídeo tem como objetivo apresentar os números e o contexto atual do Banco do Brasil para que o espectador possa decidir se vale a pena investir, ressaltando a importância de analisar os relatórios e balanços da empresa antes de tomar qualquer decisão.
1T25: Banco do Brasil Vai Quebrar?
O Banco do Brasil atingiu seu topo histórico em 8 de maio, mas apresentou um resultado fraco no primeiro trimestre de 2025, com uma queda de 20,7% no lucro líquido ajustado em relação ao mesmo período de 2024, totalizando R$ 7,374 bilhões. Apesar desse recuo, o banco não está quebrando, mas o ROY (Retorno sobre o Patrimônio Líquido) também diminuiu para 16,7%.
Alterações do CMN e Inadimplência
Uma nova resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN), a 4966, impactou o reconhecimento de instrumentos financeiros, reduzindo cerca de R$ 1 bilhão na receita líquida de juros e aumentando a incerteza nos resultados. Além disso, a inadimplência no agronegócio subiu para 3,04%, pressionando as provisões do banco e piorando a qualidade dos ativos. O impacto da inadimplência é amplificado porque os bancos emprestam um valor significativamente maior do que possuem em caixa, criando uma potencial espiral negativa.
Tarifaço de Trump e Alta da Selic
O agronegócio já enfrentava dificuldades, e a imposição de tarifas de 50% por Donald Trump sobre alguns produtos brasileiros, como carne, café e soja, adicionou mais pressão ao Banco do Brasil, que tem esses produtos em sua carteira. O descompasso entre ativos e passivos devido à alta da Selic também complicou a situação do banco. Diante desse cenário, o Banco do Brasil colocou suas projeções para lucro, margem financeira e custo em revisão, aumentando a incerteza.
Casas de Análise: Ágora, Genial, XP e BTG
As projeções de lucro foram revisadas para baixo. A Ágora (corretora do Bradesco) e o Bradesco BBI mudaram sua recomendação para neutra, citando o risco elevado no agronegócio e incertezas contábeis. A Genial reduziu o preço-alvo de R$ 40 para R$ 31,14, com um ROE esperado de 16%. A XP manteve a recomendação de compra, considerando o valuation atrativo e focando no dividendo robusto e múltiplos baixos. O BTG Pactual também manteve a recomendação de compra, considerando o valor atrativo, mas alertou para um ROE menos sustentável devido às mudanças contábeis. Em resumo, o Banco do Brasil enfrenta um lucro decepcionante, menor rentabilidade, mudanças contábeis, crescimento na inadimplência, incerteza no guidance e um cenário macro com juros altos.
ITUB4 x BBDC4 x BBAS3
Em uma simulação de investimentos constantes de R$ 1.000 por mês desde os anos 2000, o Banco do Brasil gerou os melhores retornos em comparação com Itaú e Bradesco. O Itaú gerou R$ 5.708.483, o Bradesco R$ 1.146.000 e o Banco do Brasil R$ 4.977.000. Isso ocorre porque as ações do Banco do Brasil oscilam com mais frequência, criando mais oportunidades de compra em baixa.
Qual o Melhor Banco para Lucrar?
O Banco do Brasil, apesar de ser uma empresa estatal, tem menor probabilidade de falir, pois o governo provavelmente o salvaria em caso de dificuldades financeiras. O banco está sendo vendido a um PVP de 0,63, o que significa que está sendo negociado abaixo do seu valor patrimonial. O dividendo está em 11,94%, o que significa que um investimento de R$ 100.000 renderia R$ 11.940 por ano em dividendos.
O Risco das Empresas Estatais
O risco de investir em uma empresa estatal é que o governo pode indicar pessoas com critérios políticos em vez de técnicos para a gestão do banco. Em uma crise, o Banco do Brasil pode ser obrigado a emprestar dinheiro subsidiado, prejudicando os investidores. Historicamente, o Banco do Brasil sempre foi cuidado por pessoas técnicas, mas essa situação pode mudar no futuro.
Comparando os Bancos
O Itaú tem a melhor margem e rentabilidade, enquanto o Banco do Brasil está distribuindo um alto dividendo de 11,97%, distribuindo apenas 28% de seus lucros. O crescimento da receita do Banco do Brasil foi maior nos últimos tempos, mas o Itaú se destaca nos outros indicadores. O Banco do Brasil está em um momento em que está bem mais barato em relação aos seus pares.
O Índice IAFD (ETF AVUP11)
O índice IAFD, criado pela UVP, é concentrado em bancos devido aos critérios de lucro e baixo endividamento. A carteira do IAFD inclui ITUB, BBAS3, B3SA3, BBDC4, Itaúsa, BPAC e BB Seguridade. O ETF AVUP11, que replica o índice IAFD, tem apresentado um desempenho acima do Ibovespa.
Perguntas e Respostas
Nesta seção final, Raul Sena responde a perguntas dos espectadores, abordando temas como oportunidades de emprego na UVP, a compra de ouro em momentos de crise e a sinceridade dos youtubers financeiros. Ele também compartilha dicas sobre como lidar com haters nas redes sociais.