CIRO ANALISA O IMPACTO ECONÔMICO COM O AUMENTO DA TAXA SELIC

CIRO ANALISA O IMPACTO ECONÔMICO COM O AUMENTO DA TAXA SELIC

Breve Resumo

Ciro Gomes discute a problemática das altas taxas de juros no Brasil, argumentando que elas prejudicam o crescimento econômico e beneficiam um pequeno grupo de bancos. Ele explica como a política do Banco Central, focada unicamente no controle da inflação, combinada com a concentração bancária, resulta em juros exorbitantes que sufocam a economia real, aumentam o endividamento da população e levam à falência de empresas.

  • Taxas de juros elevadas paralisam a economia real, beneficiando a renda fixa em detrimento de atividades produtivas.
  • A política do Banco Central, focada apenas na inflação, e a concentração bancária contribuem para as altas taxas de juros.
  • O alto custo da dívida pública, financiado pelos contribuintes, compromete investimentos em áreas essenciais como saúde e educação.

Introdução

Ciro Gomes inicia a discussão sobre as taxas de juros no Brasil, um tema que ele considera crucial para o país, mas que é frequentemente negligenciado pela grande mídia devido aos interesses do "baronato" financeiro. Ele argumenta que a questão das taxas de juros afeta diretamente a vida de todos os brasileiros e que sua compreensão é essencial para o bem-estar da nação.

O Impacto das Taxas de Juros na Economia Real

Ciro explica que se a taxa de juros paga pelo governo em títulos for superior ao lucro médio da economia real (escritórios, consultórios, fábricas, lojas), a economia tende à paralisia. Ele ilustra que, com taxas de juros elevadas na renda fixa, investidores preferem essa opção a investir em atividades produtivas, que oferecem retornos menores e mais riscos. Para aqueles sem capital, tomar empréstimos com juros altos para investir em negócios com baixa rentabilidade é inviável, o que também contribui para a estagnação econômica.

A Taxa de Juros e o Banco Central

Ciro aponta que o Banco Central, mundialmente, define a taxa de juros equilibrando o controle da inflação com o estímulo à atividade econômica e ao emprego. No entanto, no Brasil, uma lei aprovada durante a pandemia estabeleceu que o Banco Central deve focar exclusivamente no controle da inflação, resultando nas maiores taxas de juros do mundo.

Concentração Bancária e suas Consequências

O autor destaca que 83% das transações financeiras no Brasil estão concentradas em apenas cinco bancos, incluindo os estatais Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. Essa falta de concorrência, em contraste com os Estados Unidos que possuem 5.000 bancos, permite que essas instituições pratiquem juros elevados e tarifas abusivas, prejudicando os consumidores.

O Custo Fiscal da Dívida Pública

Ciro explica que o custo de pagar a dívida pública com juros altos é arcado pelos contribuintes, impactando a disponibilidade de recursos para áreas essenciais como segurança, saúde e educação. Nos últimos 12 meses, esse custo foi de R$ 1,15 trilhão, agravando o déficit fiscal do governo. A dívida pública brasileira, que era de R$ 7 trilhões em janeiro de 2023, já atingiu R$ 9,3 trilhões, com metade desse valor vencendo "overnight", tornando-a impagável e colocando o Brasil à beira da falência.

Efeitos na Vida Real e Paralisação da Economia

O autor discorre sobre os efeitos negativos das altas taxas de juros na vida da população, incluindo a desvalorização do real frente ao dólar, o endividamento em massa (73 milhões de brasileiros no SPC e Serasa), o aumento de recuperações judiciais de empresas e a retomada de moradias financiadas devido à inadimplência. Ele critica o governo por subsidiar o agronegócio com juros baixos enquanto mantém taxas elevadas para o restante da população, e por usar recursos do FGTS para cobrir dívidas populares, prejudicando investimentos em áreas como saúde, educação e saneamento básico.

As Razões por Trás do Modelo

Ciro explica que o modelo econômico atual, com altas taxas de juros, tem origem no Plano Real, que ele ajudou a implementar. O objetivo inicial era controlar a hiperinflação, mas as medidas emergenciais adotadas não foram substituídas por uma estrutura institucional sólida. Ele aponta que a manutenção de juros altos visava garantir a conversibilidade da nova moeda com o dólar e conter o consumo excessivo, mas essa estratégia não considerou as particularidades do mercado brasileiro, onde o crédito facilitado leva ao endividamento. Além disso, ele critica a influência dos bancos no poder político, que perpetua esse modelo prejudicial à economia e à população.

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