HELMINTOSES EMERGENTES NO BRASIL

HELMINTOSES EMERGENTES NO BRASIL

Breve Resumo

Este vídeo é um webinário da Sociedade Brasileira de Parasitologia sobre helmintos emergentes, com foco em casos recentes no Brasil e sua relação com alterações ambientais. As apresentações abordam o caráter zoonótico de helmintos em animais silvestres e domésticos, e a importância do estudo das parasitoses emergentes para atingir os objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU.

  • Caráter zoonótico de helmintos em animais silvestres e domésticos.
  • A importância do estudo das parasitoses emergentes para atingir os objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU.
  • Medidas de controle e prevenção de doenças parasitárias.

Apresentação e Introdução ao Tema

O professor Diego da Universidade Federal do Paraná, junto com a Dra. Eliane e a Dra. Ju Cleide, introduzem o tema do webinário: helmintos emergentes. Ele destaca a relevância do tema devido ao aumento de casos no Brasil e no mundo, muitas vezes associados a alterações ambientais. O professor também menciona a importância de melhorias no diagnóstico e documentação para o estudo dessas parasitoses.

Localização e Características da Área de Estudo

A Dra. Eliana Batista de Oliveira, da Universidade Federal de Catalão, Goiás, apresenta a região onde realiza suas pesquisas. Catalão está localizada no sudeste de Goiás, em uma região de Cerrado que está sendo devastada para a prática da agricultura. Essa devastação leva a um contato cada vez maior entre humanos e animais silvestres, aumentando o risco de parasitoses emergentes.

Parasitoses Emergentes e a Agenda 2030 da ONU

A Dra. Eliana discute a relação entre as parasitoses emergentes e a agenda 2030 da ONU. Ela destaca que, embora as parasitoses emergentes não sejam classificadas como doenças negligenciadas pela Organização Mundial da Saúde, elas são negligenciadas de certa forma devido à falta de conhecimento. O papel da parasitologia é detectar casos, realizar o controle e publicizar os dados.

Estudo de Parasitos em Animais Silvestres

A Dra. Eliana explica como surgiu o interesse em estudar parasitos de animais silvestres. Em colaboração com um grupo de pesquisa que acompanha mamíferos do Cerrado, ela analisa animais atropelados e coleta fezes para identificar parasitos. Um dos casos estudados foi o do conepatus amazonicus, a jaritataca, onde foram identificados três gêneros de parasitos.

Identificação de Parasitos em Conepatus Amazonicus

A Dra. Eliana detalha os parasitos encontrados na jaritataca: espirômetro, protenor e falopa. Ela chama a atenção para o espirômetro, que pode causar esparganose humana. O protenor é um acantocéfalo que se fixa na parede intestinal do hospedeiro. A falopa não tem sido relatada em casos humanos.

Análise de Parasitos em Lycalopex Vetulus (Raposa do Mato)

A Dra. Eliana apresenta os resultados da análise de parasitos em raposas do mato. Foram encontrados ancilóstomo, protenor e ovos de tênia. A presença de ancilóstomo sugere contato com cães domésticos. A identificação de ovos de tênia é preocupante, pois indica que as raposas estão atuando como hospedeiros definitivos.

Ciclo de Vida do Espirômetro e Risco para Humanos

A Dra. Eliana explica o ciclo de vida do espirômetro e o risco de esparganose humana. O homem pode se infectar ao ingerir crustáceos ou outros hospedeiros intermediários contaminados. A larva pode se alojar em diversos tecidos, causando problemas como lesões nos olhos, musculatura e sistema nervoso central.

Acantocéfalos (Protenor) e Falopa: Riscos e Casos de Infecção

A Dra. Eliana discute os riscos associados aos acantocéfalos (protenor) e à falopa. Embora as infecções por protenor sejam raras em humanos, elas já foram registradas em primatas não humanos. A falopa também apresenta um potencial zoonótico.

Ovo de Tênia em Raposas e o Risco de Cenurose

A Dra. Eliana aborda a questão do ovo de tênia encontrado nas fezes de raposas. Se for tênia multiceps, há um grande risco de cenurose, uma doença causada pela presença da larva em diferentes tecidos do corpo, incluindo o sistema nervoso central e os olhos.

Reflexões Finais e Agradecimentos

A Dra. Eliana conclui sua apresentação com reflexões sobre os riscos de infecção por diferentes parasitos e a importância de medidas de controle. Ela agradece à Sociedade Brasileira de Parasitologia, à Universidade Federal de Catalão e aos colaboradores do projeto.

Introdução à Angiostrongilíase e Moluscos Vetores

A Dra. Ju Cleide Ramos de Souza, do Instituto Oswaldo Cruz, inicia sua apresentação sobre angiostrongilíase, uma parasitose emergente negligenciada. Ela destaca a dificuldade no diagnóstico e a falta de conhecimento sobre os riscos associados ao consumo de moluscos. O laboratório de referência nacional para esquistossomose e malacologia recebe amostras de moluscos de todo o país para análise parasitológica.

Moluscos de Importância Médica e Ambientes Sinantrópicos

A Dra. Ju Cleide explica que, embora as pessoas associem moluscos a frutos do mar, a preocupação maior está nos caracóis terrestres, lesmas e caramujos aquáticos de áreas sinantrópicas. Esses moluscos estão adaptados a ambientes urbanos e se beneficiam da presença de resíduos e roedores, criando um ambiente propício para o ciclo de vida dos parasitos.

Angiostrongilíase Abdominal e Meningite Eosinofílica

A Dra. Ju Cleide detalha as duas principais formas de angiostrongilíase: a abdominal, causada pelo Angiostrongylus costaricensis, e a meningite eosinofílica, causada pelo Angiostrongylus cantonensis. Ela explica que o A. costaricensis é mais comum em áreas rurais, enquanto o A. cantonensis infecta várias espécies de caracóis e lesmas.

Casos Humanos de Angiostrongilíase e a Importância da Informação

A Dra. Ju Cleide apresenta casos humanos de angiostrongilíase que ganharam destaque na mídia, incluindo um caso de um australiano que ficou tetraplégico após consumir lesmas e um caso recente no Rio de Janeiro por consumo de pomáceas. Ela enfatiza a importância da informação para evitar situações como essas.

Achatina Fulica: Características e Dispersão

A Dra. Ju Cleide descreve a Achatina fulica, um caracol africano que se adaptou facilmente a diversos ambientes e se tornou uma praga em muitos países. Ela explica que a A. fulica é hermafrodita e se reproduz rapidamente, o que contribui para sua dispersão. A espécie foi listada como uma das 100 piores espécies invasoras do mundo.

Dispersão da Achatina Fulica no Brasil e Casos Relacionados

A Dra. Ju Cleide informa que a Achatina fulica já está presente em todos os estados do Brasil. A dispersão ocorre principalmente através do transporte de insumos agrícolas. Ela menciona um caso de angiostrongilíase abdominal relacionado à infestação de uma lesma chinesa em vinícolas no Rio Grande do Sul.

Ciclo de Vida do Angiostrongylus Costaricensis e Formas de Infecção

A Dra. Ju Cleide explica o ciclo de vida do Angiostrongylus costaricensis. Os roedores são os hospedeiros finais, e os moluscos são os hospedeiros intermediários obrigatórios. Os humanos são hospedeiros acidentais e se infectam ao ingerir moluscos crus ou alimentos contaminados.

Sintomas e Diagnóstico da Angiostrongilíase Abdominal

A Dra. Ju Cleide descreve os sintomas da angiostrongilíase abdominal, que incluem eosinofilia, febre, anorexia, enjoos e vômitos. O diagnóstico é difícil e geralmente envolve exames de imagem e histopatológicos. Não é recomendado o uso de anti-helmínticos, pois podem causar migração errática do parasito.

Ciclo de Vida do Angiostrongylus Cantonensis e Manifestações Clínicas

A Dra. Ju Cleide explica o ciclo de vida do Angiostrongylus cantonensis. Os roedores são os hospedeiros finais, e os moluscos são os hospedeiros intermediários. Os humanos se infectam ao ingerir moluscos crus, alimentos contaminados ou hospedeiros paratênicos. A infecção causa meningite eosinofílica, com sintomas neurológicos.

Ambientes de Ocorrência dos Moluscos e Casos de Meningite Eosinofílica

A Dra. Ju Cleide discute os ambientes onde os moluscos são encontrados, incluindo áreas urbanas próximas a áreas de preservação. Ela menciona um estudo realizado em uma comunidade vizinha ao Parque Estadual da Pedra Branca, no Rio de Janeiro, onde foram encontrados moluscos infectados. Ela também apresenta casos de meningite eosinofílica relacionados ao consumo de moluscos.

Diagnóstico e Tratamento da Meningite Eosinofílica

A Dra. Ju Cleide aborda o diagnóstico da meningite eosinofílica, que envolve a contagem de eosinófilos, PCR em tempo real e Western blot. O tratamento é focado na redução dos sintomas, e o uso de anti-helmínticos não é recomendado. Ela menciona um caso curioso de três pacientes que desenvolveram meningite eosinofílica após participarem de um ritual religioso onde foram orientados a ingerir lesmas.

Investigação de Moluscos no Rio de Janeiro e Medidas de Controle

A Dra. Ju Cleide apresenta um estudo recente que investigou moluscos em duas mesorregiões do Rio de Janeiro, onde foram encontrados diversos municípios com positividade para Angiostrongylus cantonensis. Ela discute a importância de campanhas de conscientização e medidas de controle para conter as infestações.

Profilaxia e Agradecimentos

A Dra. Ju Cleide enfatiza a importância da profilaxia, que inclui não ingerir moluscos crus e higienizar os alimentos com água sanitária. Ela agradece à Sociedade Brasileira de Parasitologia, à equipe do laboratório e a todos que assistiram à apresentação.

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