Breve Resumo
Este vídeo aborda o processo de independência da América Espanhola no século XIX, explorando as influências externas, os grupos sociais envolvidos e as ideologias que moldaram esse período. O vídeo destaca a importância do Iluminismo, a Era Napoleônica e o Congresso de Viena como fatores que influenciaram a independência, além de analisar o papel dos chapetones e crioulos, a liderança de figuras como Simón Bolívar e as consequências do caudilhismo.
- Influências externas como o Iluminismo e a Era Napoleônica foram cruciais.
- A elite crioula liderou o processo de independência, temendo uma revolução popular como a do Haiti.
- O sonho de Simón Bolívar de uma América unida (pan-americanismo) não se concretizou devido aos interesses dos caudilhos.
Introdução à Independência da América Espanhola
A aula introduz o tema da independência da América Espanhola no século XIX, contrastando com a independência dos Estados Unidos no século XVIII e mencionando outros casos como o do Haiti e do Brasil. O objetivo é entender o processo de independência, suas características, os grupos envolvidos, as influências e as ideologias.
Influências Externas: Iluminismo e Era Napoleônica
O vídeo explica as influências externas que levaram à independência da América Espanhola, como o Iluminismo, que questionou o absolutismo na Europa. A Era Napoleônica, com a invasão da Espanha em 1807 e a deposição do rei Fernando VII, criou uma crise de legitimidade que incentivou os movimentos de independência nas colônias americanas. Napoleão colocou seu irmão, José Bonaparte, no trono espanhol, o que fez com que as colônias espanholas se vissem indiretamente sob o domínio francês, impulsionando o desejo de emancipação.
Congresso de Viena e a Restauração do Absolutismo Espanhol
Após a derrota de Napoleão em 1814, o Congresso de Viena (1814) buscou restaurar as monarquias absolutistas na Europa, levando à formação da Santa Aliança (Prússia, Áustria e Rússia). Fernando VII foi restaurado ao trono espanhol, criando um impasse na América Espanhola, que se via oscilando entre o domínio espanhol, a influência francesa e o desejo de independência.
Chapetones vs. Crioulos: Divergências na Elite Colonial
O vídeo aborda a divisão entre chapetones (espanhóis que viviam na América) e crioulos (descendentes de espanhóis nascidos na América). Os chapetones defendiam a manutenção do sistema colonial, enquanto os crioulos buscavam a independência para não pagar impostos à Espanha. Essa divisão é comparada com a existente no Brasil entre o "partido português" e o "partido brasileiro".
A Liderança Crioula e o Medo da "Haitianização"
A independência da América Espanhola foi liderada pela elite crioula, que temia uma revolução popular como a do Haiti (1804), onde escravos derrubaram a dominação francesa e aboliram a escravidão. A elite crioula queria evitar que as classes populares tomassem o poder e mantivessem seus privilégios. A Inglaterra e os Estados Unidos também influenciaram o processo, buscando abrir mercados e expandir sua influência na região.
Os Libertadores da América e o Pan-Americanismo de Simón Bolívar
O vídeo cita os principais líderes da independência, como San Martín (Argentina), Antonio José de Sucre (Bolívia e Colômbia) e Simón Bolívar (Venezuela). Bolívar defendia o pan-americanismo, a união dos países independentes da América para resistir às influências europeias e norte-americanas. Seus planos foram expressos na "Carta da Jamaica". O Brasil, sob D. Pedro I, não aderiu a esse projeto, pois estava consolidando um império centralizado.
O Fracasso do Pan-Americanismo e o Caudilhismo
O sonho de Bolívar de uma América unida não se concretizou devido aos interesses dos caudilhos, líderes militares regionais que priorizavam seus próprios interesses em detrimento de um projeto nacional ou continental. O caudilhismo é comparado ao coronelismo no Brasil, onde líderes locais exerciam poder e influência em suas regiões.
Referências à Atualidade e a Revolução Bolivariana
O vídeo faz uma referência à "Revolução Bolivariana" na Venezuela de Hugo Chávez e Nicolás Maduro, que busca uma América independente das forças externas, especialmente dos Estados Unidos. O vídeo reforça que a independência foi conduzida pela elite, tanto no Brasil quanto na América Espanhola, para evitar uma revolução popular como a do Haiti.