Breve Resumo
O vídeo explora as dificuldades de controlar as fronteiras do Brasil, que são extensas e fazem fronteira com 10 países. Ele destaca como essa vasta extensão e a presença de rios, florestas e áreas remotas facilitam o contrabando e o tráfico internacional.
- A fiscalização é dificultada pela vasta extensão das fronteiras e pela presença de rios, florestas e áreas remotas.
- O contrabando é mais comum no sul do país devido a questões financeiras com países vizinhos, enquanto o tráfico internacional aumenta do Mato Grosso para cima devido às rotas de produção de ilícitos.
- A Amazônia é um ponto crítico para a produção e transporte de mercadorias ilícitas, com o uso de pequenos barcos e aviões de pequeno porte.
Fronteira Sul: Chuí e a Facilidade de Contrabando
A fronteira no Chuí, dividida entre Brasil e Uruguai, possui fiscalização limitada, facilitando a travessia com ou sem mercadorias ilícitas. Em 2023, o autor utilizou a praia local para retornar ao Brasil sem fiscalização, exemplificando a vulnerabilidade. Essa falha torna a região uma rota comum para o contrabando, especialmente no Rio Grande do Sul, devido à proximidade com o Uruguai e estradas paralelas sem vigilância.
Desafios nas Fronteiras do Sul: Rios e Lagoas
As condições de fiscalização precária se repetem ao longo da fronteira sul, com grandes corpos d'água como a Lagoa Mirim, que divide Brasil e Uruguai, apresentando fiscalização praticamente inexistente. Essa situação se estende a outros locais, como a Laguna Cáceres entre Brasil e Paraguai, e a Laguna Marfil entre Brasil e Bolívia. A vasta extensão territorial do Brasil dificulta e, em alguns casos, impossibilita a fiscalização eficaz.
Fronteiras com Argentina e Paraguai: Rios e Florestas
As fronteiras com a Argentina, marcadas pelos rios Uruguai e Iguaçu, aumentam a dificuldade de fiscalização, tornando o Brasil um alvo fácil para o contrabando. As florestas da província argentina de Missiones, com grandes reservas de Mata Nativa, também dificultam a fiscalização. O Rio Paraná, que separa o Paraná do Paraguai, é um ponto de foco para a Polícia Rodoviária Federal no combate ao contrabando e descaminho.
Foz do Iguaçu: Porta de Entrada para Cigarros Ilegais
Foz do Iguaçu é uma das principais portas de entrada para cigarros de origem ilegal no Brasil, devido à lucratividade de produzir cigarros no Paraguai e revendê-los ilegalmente no Brasil, aproveitando a alta tributação sobre cigarros no Brasil (80%). O Rio Paraná, que divide as fronteiras do Brasil e Paraguai, é o principal meio para esse transporte, sendo o rio fronteiriço mais vigiado do Brasil, com milhares de apreensões anuais.
Mato Grosso do Sul vs. Mato Grosso: Rotas de Tráfico
O Mato Grosso do Sul possui menos fiscalização que o Mato Grosso, devido à menor quantidade de rodovias que conectam suas fronteiras e à dificuldade de contrabando e tráfico internacional, já que suas fronteiras são quase inteiramente divididas por florestas densas. As principais rotas para o tráfico internacional se concentram no Mato Grosso, que possui mais rodovias e facilita esse tipo de atividade.
Mudança de Foco: Do Contrabando ao Tráfico Internacional
A partir do Mato Grosso, o foco muda do contrabando para o tráfico internacional, devido às rotas de produção de ilícitos entre Bolívia, Peru, Colômbia e Brasil. Estima-se que grandes áreas de coca são plantadas anualmente nesses países, com a Colômbia sendo o principal produtor. Essa mercadoria ilícita é exportada para mercados mais lucrativos na Europa e América do Norte, utilizando o Brasil como rota de exportação.
Mato Grosso: Principal Porta de Entrada e Rotas de Exportação
O Mato Grosso e Roraima são os estados mais afetados pelo tráfico, com muitas fazendas e zonas rurais servindo como entradas paralelas. Rodovias como a BR-174, BR-364, BR-070 e BR-163 são intensamente monitoradas pela Polícia Rodoviária Federal. O Mato Grosso é uma das principais portas de entrada para ilícitos, que se espalham por todo o Brasil ou são exportados para o exterior através dos portos na costa.
Estratégias de Transporte: Carretas e Cargas Lícitas
As mercadorias ilícitas são transportadas em carretas, escondidas na carga ou na própria carreta. Na carga, a mercadoria ilícita é sobreposta com outra mercadoria lícita, como milho, para impedir a visão de quem fiscaliza. Quando escondidas na carreta, as cargas são menores e geralmente acondicionadas nos pneus ou em fundos falsos no tanque de combustível.
Rondônia e a Amazônia: Novos Meios de Transporte
Na Amazônia, a produção de mercadoria ilícita é mais difícil de encontrar devido à densidade da floresta, o que leva ao uso de novos meios de transporte, como pequenos barcos e aviões de pequeno porte. O Brasil é o segundo país com mais pistas de pouso de aviões, com milhares de pistas clandestinas escondidas na Amazônia. Pequenos barcos aproveitam os rios da Amazônia, que têm pouca queda, facilitando a navegação com ilícitos até a desembocadura dos rios.
Estados Amazônicos: Facilidade de Transporte e Dificuldade de Controle
Estados como Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá utilizam muito o transporte fluvial para o crime organizado, devido à geografia da região. É quase impossível controlar todas as fronteiras desses estados amazônicos, que são muito inóspitos e praticamente não têm como ser fiscalizados. A dificuldade de controlar o crime organizado no Brasil reside na impossibilidade de fiscalizar todos os milhares de quilômetros de fronteira.