Breve Resumo
O vídeo aborda a questão da saúde da população negra no Brasil, destacando as desigualdades enfrentadas e o impacto do racismo. Aponta para a maior incidência de doenças evitáveis, problemas durante a gestação, e a suscetibilidade a doenças genéticas e hereditárias. Discute o racismo institucional no sistema de saúde, a falta de preparo dos profissionais e a necessidade de inclusão do tema nos currículos das faculdades de medicina. Enfatiza a importância da implementação de políticas públicas e da conscientização para combater o racismo e melhorar a saúde de todos.
- A população negra enfrenta piores condições de vida, influenciando sua saúde.
- O racismo afeta a saúde mental e física, levando a traumas e até suicídio.
- O racismo institucional no sistema de saúde é um problema grave, com profissionais despreparados e atitudes discriminatórias.
Introdução: A Saúde da População Negra no Brasil
A saúde é um direito fundamental, mas a população negra no Brasil enfrenta desigualdades significativas. Mais da metade da população brasileira é negra ou parda, e essa parcela da sociedade vive em condições precárias, com moradia inadequada, empregos de baixa remuneração e menos acesso à educação, o que impacta diretamente na saúde. Apesar da existência de políticas públicas voltadas para a saúde integral da população negra, a implementação ainda é insuficiente, necessitando de maior atenção dos gestores e formação adequada dos servidores para garantir equidade no atendimento.
Doenças Evitáveis e a População Negra
A população negra apresenta maior incidência de doenças evitáveis, como doenças cardiovasculares, desnutrição, anemia, miomatose uterina e DSTs/AIDS. Essas condições são consideradas evitáveis por estarem ligadas a causas sociais e poderem ser resolvidas com políticas de saúde eficazes e acesso adequado ao sistema de saúde. A falta de acesso e a negligência contribuem para o adoecimento e a mortalidade evitável nessa população.
Saúde da Mulher Negra Durante a Gestação
Mulheres negras enfrentam preconceito durante a gestação, recebendo menos atenção e acesso aos serviços de saúde. Estudos mostram que elas peregrinam mais pelas maternidades e, durante o parto, recebem menos anestesia, devido à crença de que suportam mais dor. Além disso, têm seus direitos menos respeitados, como o acesso a um acompanhante durante o parto. Essa falta de atenção contribui para os altos índices de mortalidade materna entre mulheres negras, que chegam a ser 6,4 vezes maiores do que entre mulheres brancas no estado de São Paulo.
Doenças Genéticas, Determinantes Sociais e Expectativa de Vida
A população negra é mais suscetível a doenças genéticas e hereditárias, como diabetes tipo 2, anemia falciforme, mioma e câncer de próstata. A saúde dos negros é mais vulnerável devido aos determinantes sociais, como condições de vida e trabalho insalubres, falta de oportunidades econômicas e saneamento básico. A expectativa de vida da população negra é menor, cerca de 60 anos, em comparação com os brancos, que vivem em média 73 anos. Essa diferença reflete as desigualdades socioeconômicas e a falta de oportunidades.
O Impacto do Racismo na Saúde
O racismo tem um impacto significativo na saúde da população negra, afetando o acesso a métodos de prevenção e políticas públicas de saúde. A negligência histórica e o racismo presente na sociedade interferem no processo saúde-doença, resultando em diversas doenças que poderiam ser tratadas e controladas com maior acesso ao sistema de saúde. Além disso, o racismo afeta a saúde mental, causando traumas, depressão, ansiedade e, em casos extremos, suicídio.
Saúde Mental e o Racismo
O racismo causa problemas de saúde mental na população negra, gerando efeitos psicossociais nocivos. A violência psicológica e simbólica presente no racismo afeta tanto o nível orgânico quanto o mental, levando a adoecimentos psíquicos, transtornos e suicídios. O preconceito racial pode provocar traumas como depressão e ansiedade, além de dificuldades de relacionamento e reconhecimento. A perseguição constante e a desconfiança também contribuem para o comprometimento psíquico.
Mortalidade por Homicídio e o Jovem Negro
A população negra é mais vulnerável à violência e ao homicídio. Em 2017, 75,5% das mortes por homicídio no Brasil foram de pessoas negras, e a taxa de letalidade cresceu 33,1% em 10 anos. Jovens negros de periferia são o perfil mais frequente de vítimas de homicídio, sendo muito mais vulneráveis à violência do que jovens não negros. O colorismo também é um fator, com pessoas de pele mais escura sendo mais discriminadas.
Racismo Institucional no Sistema de Saúde
O racismo institucional no sistema de saúde é um problema grave, manifestando-se em diversos tipos de descaso e discriminação. Isso inclui ofensas racistas, restrição de atendimento, agressão verbal e física durante consultas, e limitação de medicamentos. Pessoas que sofrem racismo institucional na saúde muitas vezes precisam de ajuda psicológica. A falta de qualificação e sensibilização dos profissionais de saúde contribui para esse problema, perpetuando o falso mito da democracia racial.
A Necessidade de Qualificação e Sensibilização dos Profissionais de Saúde
Profissionais de saúde muitas vezes não estão preparados para atender a população negra devido à falta de discussão sobre racismo e desigualdades sociais em seus currículos. A reprodução de atitudes de exclusão e desrespeito impacta o processo de saúde. É fundamental que as universidades incluam o tema do racismo em seus currículos, tanto na graduação quanto na pós-graduação, e que os profissionais de saúde sejam sensibilizados para as questões específicas dos grupos populacionais.
Combate ao Racismo e Melhoria da Saúde da População Negra
Todos os serviços médicos e hospitalares no Brasil devem discutir o racismo institucional com seus colaboradores para conscientizar e acabar com esse problema. É fundamental que os gestores implementem a política nacional de saúde integral da população negra e que os profissionais de saúde recebam formação sobre as especificidades do processo saúde-doença dessa população. A conscientização e o combate ao racismo são essenciais para melhorar a saúde de todos os brasileiros.
Onde Denunciar e Buscar Informações
O vídeo fornece contatos e sites para denunciar casos de racismo na saúde e buscar mais informações sobre a saúde da população negra, incluindo a Secretaria Municipal dos Direitos Humanos, o Ministério Público do Estado de São Paulo, a DECRADI, o Instituto Amma Psique e Negritude, a Abrasco e o Instituto de Saúde.
