Breve Resumo
Este vídeo apresenta uma mesa redonda sobre pedagogia e conhecimentos didáticos afrorreferenciados na formação de professores, com a participação de Sandra Peti, Rebeca de Alcântara Silva Meier e D. Sara Jane Olanda Costa. As palestrantes compartilham suas experiências e perspectivas sobre a importância da ancestralidade africana na educação, destacando a necessidade de valorizar a cultura afro-brasileira e africana, promover o autorreconhecimento e combater o racismo.
- Pedagogia e conhecimentos didáticos afrorreferenciados na formação de professores
- Importância da ancestralidade africana na educação
- Valorização da cultura afro-brasileira e africana
- Promoção do autorreconhecimento e combate ao racismo
Abertura e Apresentação das Palestrantes
A professora Letícia Carolina Nascimento, coordenadora da mesa redonda, apresenta as convidadas: Sandra Peti, professora da Universidade Federal do Ceará (UFC), Rebeca de Alcântara Silva Meier, professora da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), e D. Sara Jane Olanda Costa, professora da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Ela destaca a trajetória acadêmica e o trabalho de cada uma delas na área da educação e nas questões étnico-raciais, ressaltando os laços de amizade e orientação que as unem.
Homenagem Cultural: Grupo de Capoeira Arte Livre
O evento presta uma homenagem aos povos africanos com uma apresentação do grupo de capoeira Arte Livre, liderado pelo Mestre Caroço. A capoeira é apresentada como uma forma de resistência e expressão cultural, com cantos e movimentos que celebram a ancestralidade africana.
Contribuições da Didática Afrocentrada na Construção da Identidade Profissional Docente
A professora Rebeca de Alcântara discorre sobre a didática, identidade e saberes docentes como fundamentos da formação docente, com o propósito de construir um conteúdo pedagógico sólido. Ela apresenta a didática afrocentrada como uma possibilidade contributiva na formação da identidade docente, destacando a importância de combater a eurocentricidade e valorizar o conhecimento produzido pelos próprios africanos e afro-brasileiros. Rebeca propõe o conceito de "saber docente de humanização", com sete passos para a prática pedagógica, incluindo autoavaliação, autorreconhecimento, formação continuada, reconhecimento das microviolências, planejamento e avaliação.
Afrodescendência e Metodologias Inventivas para a Implementação da Lei 10.639/03 na Escola
A professora Sara Jane compartilha um trabalho realizado em parceria com sua orientanda Taísa, sobre metodologias sensíveis para a implementação da Lei 10.639/03 nas escolas. Ela inicia sua fala evocando tempos e memoriais ancestrais do Piauí, destacando a importância de valorizar a história e a cultura afro-brasileira. Sara apresenta duas metodologias criadas a partir da pedagogia: a contação de histórias com ética Ubuntu e a receita #anguudaluta, que utiliza os sabores e cheiros da cultura africana para explorar sensações e memórias.
A Predagogia e os Legados Africanos
A professora Sandra Peti aborda a Predagogia, um referencial teórico criado a partir da experiência em um quilombo, com o objetivo de valorizar os legados africanos. Ela destaca a importância de se relacionar com o outro e com os diversos seres vivos, combatendo o isolamento e a ignorância. Sandra apresenta os nove princípios da Predagogia, incluindo o autorreconhecimento, a tradição oral africana, a apropriação dos valores das culturas de matriz africana, a secularidade, a religiosidade, a circularidade, o reconhecimento da sacralidade, o corpo como produtor de saberes e a transversalidade. Ela também compartilha exemplos práticos de como aplicar esses princípios em sala de aula, utilizando objetos afro, culinária, plantas medicinais e outras atividades.
Considerações Finais e Encerramento
Após as apresentações, o debate é aberto para a participação da plateia, com comentários e reflexões sobre a importância da temática abordada. As palestrantes respondem às questões e fazem suas considerações finais, reforçando a necessidade de valorizar a ancestralidade africana, combater o racismo e promover uma educação mais humanizadora e afrorreferenciada. O evento se encerra com uma ciranda, simbolizando a circularidade e a união entre os participantes.